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Capital

Pai de Brunão fica frente a frente com acusado de assassinato

Paula Maciulevicius | 14/06/2011 23:08

João Márcio Escobar diz que apesar de tudo ainda acredita na justiça e espera que o juiz decida levar acusado à júri popular

Pai do segurança, durante manifestação no dia 21 de maio. (Foto: Arquivo/João Garrigó)
Pai do segurança, durante manifestação no dia 21 de maio. (Foto: Arquivo/João Garrigó)

“Eu criei coragem e estive lá”, diz o advogado João Márcio Escobar, sobre o primeiro encontro de frente com o acusado pela morte do filho. O segurança Jefferson Bruno Escobar, 23 anos, morto em março deste ano, quando retirava Cristhiano Luna de Almeida, 23 anos, da casa noturna em que trabalhava.

O pai relatou ao Campo Grande News que precisou assistir a audiência em que 12 testemunhas de defesa de Cristhiano foram ouvidas, pois via como a última oportunidade de encarar de frente o acusado.

No final do mês, a família de Jefferson Bruno pode ter o desfecho do drama em que vivem desde a madrugada do dia 19 de março, quando Brunão morreu com um golpe dado por Cristhiano. A justiça deve decidir se manda ou não o acusado a júri popular.

“Eu ainda acredito na justiça, apesar de tudo, ele vai a juri popular, essa é a minha esperança”, declara João Márcio.

De frente - O pai do segurança relata com dor a sensação de fitar o acusado pela morte do filho. “Durante todo o tempo encarei ele. Ele passava o olho, mas não teve coragem de me encarar. Eu fitei o tempo todo e o Cristhiano não teve coragem de me olhar nos olhos. Ele manteve a cabeça baixa”, afirmou.

João Márcio explica que quando Cristhiano Luna estava preso, o processo caminhou em velocidade acima do normal e que agora com o acusado em liberdade, os próximos passos podem caminhar de forma mais lenta. “Eu não teria outra oportunidade de mostrar para ele que o Bruno tem pai e mãe. Nós estamos dando a cara à tapa” desabafa.

O pai acompanhou a audiência onde foram ouvidas testemunhas de defesa de Cristhiano. Ele entrou a partir do depoimento da 5ª testemunha e comenta que todos os ouvidos estava muito bem instruídos. “O depoimento de todos foi mudado daquele prestado à delegacia inicialmente” acrescenta.

“Ele teve a oportunidade de dar esta versão duas veazes e em nenhuma ele se manifestou de que deu golpes à esmo, sem saber quem estava atingindo” fala João Márcio.

De acordo com João Márcio, na sequência dos depoimentos, ficava ainda mais evidente a instrução que eles receberam do advogado de defesa “quando o promotor endurecia na pergunta, eles gaguejavam”, ressalta.

Justiça - O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, deu prazo para que acusação e defesa apresentem as alegações finais. A acusação tem até a próxima 5ª feira para entrega e a defesa, a data estabelecida é dia 21 de junho. Com oitivas e depoimento de testemunhas, a Justiça vai analisar todo o processo e decidir se pronuncia ou não, Cristhiano Luna de Almeida.

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