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Capital

Para tratar coronavírus em SP, pacientes de MS pagam R$ 37 mil só com transporte

O valor varia de R$ 29 mil a R$ 37 mil, conforme a aeronave escolhida para voo

Aline dos Santos | 03/04/2020 10:03
Avião e ambulância na pista de voo para transporte de paciente com Covid-19. (Foto: Divulgação\Amapil)
Avião e ambulância na pista de voo para transporte de paciente com Covid-19. (Foto: Divulgação\Amapil)


Desde que a covid-19 atingiu Mato Grosso do Sul, pelo menos, dois pacientes já deixaram o Estado para tratamento em São Paulo. Quando essa é a opção, só com a  transferência por UTI Aérea o valor pago é de até R$ 37 mil. Na Capital, a Amapil Táxi Aéreo faz o serviço e foi a responsável pelo transporte de dois homens com coronavírus para a capital paulista.

O valor é de acordo com a aeronave. No modelo bimotor PA-34, o custo é de R$ 29 mil. No King Air, o mesmo deslocamento tem preço de R$ 37 mil. A diferença é que o segundo avião comporta mais passageiros.

No entanto, a estrutura de atendimento é semelhante. A UTI aérea  conta com médico, enfermeiro e equipamentos para monitorar o paciente durante todo o voo, que tem duração média de duas horas. A velocidade é menor do que o de aviões de carreira.

“O atendimento é leito a leito. Quando contrata o voo, uma ambulância nossa vai buscar no hospital, traz para a UTI aérea e leva o paciente até o hospital de São Paulo”, afirma Jordely Santana, do setor comercial da empresa, que atua há 46 anos no Estado.  O desembarque é em aeroporto e o restante do trajeto até o hospital é feito de ambulância.

A aeronave viaja equipada com equipamentos para monitorar o paciente e respirador. No retorno, o avião é esterilizado e passa por ionização interna. Os profissionais utilizam equipamentos de proteção individual. A transferência em UTI aérea pode ser contratada de forma particular ou custeada por plano de saúde.

Desde o mês passado, o Campo Grande News divulgou a transferência por UTI aérea de um empresário de 39 anos e do cônsul Kabril Yussef, de 67 anos, ambos levados para São Paulo.

Abastados - A movimentação em hospitais por enquanto não chegou ao SUS, o que indica que a doença tem atingido pessoas com condições de pagar plano de saúde. A maioria das internações ocorreu até agora nos hospitais da Cassems, Unimed e Proncor, outra prova de que a covid-19 ainda atinge quem tem condições de investir no tratamento.

Um dos pacientes que testaram positivo para a doença na Capital relatou ao Campo Grande News que só em uma consulta e por telefone, pagou R$ 800 para infectologista de São Paulo.

O prefeito Marquinhos Trad tem demonstrado preocupação com o momento em que a doença atingir a periferia. "Enquanto as pessoas têm dinheiro para ir se tratar em São Paulo, ninguém se assusta. Mas o coronavírus vai chegar em famílias pobres, aí vamos ver o quanto é complicado controlar a disseminação", disse em entrevista na quarta-feira passada.

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