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Capital

Pistola apreendida pela polícia pode ter sido usada em execução após sequestro

Arma foi encontrada no Jardim Los Angeles, na casa de Isidoro Cáceres, vulgo Paraguay

Geisy Garnes | 05/01/2022 19:34
Corpo de Ailton Franco foi encontrado em estrada vicinal, no dia 11 de agosto de 2021 (Foto: Kísie Aionã)
Corpo de Ailton Franco foi encontrado em estrada vicinal, no dia 11 de agosto de 2021 (Foto: Kísie Aionã)

Uma pistola calibre 9 milímetros apreendida pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) nesta terça-feira (4) pode ser a peça-chave na investigação sobre a morte de Ailton Franco da Silva, de 24 anos. O rapaz foi sequestrado na comunidade “Só por Deus” por falsos policiais e assassinado com vários tiros em agosto do ano passado.

Arma foi encontrada no Jardim Los Angeles, na casa de Isidoro Cáceres, vulgo Paraguay, de 34 anos. A pistola de fabricação croata estava escondida na calha do telhado da lavanderia, dentro de um saco plástico. Com ela, estavam também dois carregadores e munições do mesmo calibre.

Um dos carregadores, segundo a polícia, tem capacidade para 30 munições e permitem disparos automáticos, em rajadas, o que faz a pistola se equiparar a uma submetralhadora.

As buscas na casa de Isidoro foram consequência das investigações de roubos e também de "homicídios recentes" na Capital. Conforme apurado pela reportagem, o caso apurado é a execução de Ailton Franco. O processo corre em sigilo, mas os indícios de que a arma usada nos crimes pudesse estar com o suspeito, levaram o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri a expedir mandado de busca e apreensão.

Foi com a ordem judicial em mãos, que os policiais da especializada foram à casa de “Paraguay” na manhã de ontem. Preso em flagrante, Isidoro se negou a responder todas as perguntas feitas em depoimento. Segundo a polícia, ele é integrante de uma organização criminosa e em 2020 foi preso ao tentar levar carros roubados para a fronteira com o Paraguai.

Arma apreendida com Paraguay na manhã de 4 de janeiro (Foto: Reprodução Processo)
Arma apreendida com Paraguay na manhã de 4 de janeiro (Foto: Reprodução Processo)

Apesar do silêncio, a polícia deve usar a pistola encontrada com o suspeito para chegar aos autores da execução de Ailton. Para isso, teste de balística será realizado para constatar se as cápsulas recolhidas em uma estrada vicinal, próximo à Avenida Gury Marques, ao lado do corpo da vítima, saíram ou não da pistola.

Enquanto isso, Paraguay responde ao processo em casa. Ele foi posto em liberdade após pagar um salário mínimo de fiança e colocar tornozeleira eletrônica. Além disso, deverá comparecer a todos os atos do processo sempre que intimado, não sair do Estado sem autorização e seguir recolhimento noturno durante fins de semana e feriados das 20h às 6 horas.

A morte – Ailton foi sequestrado na madrugada de 10 de agosto do ano passado, por falsos policiais armados com metralhadora. Ele foi colocado em um Fiat Palio e afastado da família, que presenciou toda a cena. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, com mais de 20 tiros de pistola 9 milímetros.

A família do rapaz havia registrado o sumiço do jovem após três pessoas de colete, fortemente armadas e com máscara cobrindo o rosto, se passarem por policiais para "prender" a vítima.

Segundo a família, enquanto um dos suspeitos aguardava em carro modelo Fiat Pálio, duas pessoas desceram e anunciaram a prisão do jovem por tráfico de drogas. A mãe do jovem só ficou sabendo da "prisão" do filho momentos depois, pela sogra da vítima.

Ao registrar o desaparecimento do filho, a mulher ainda revelou que a nora tentou seguir o carro que levou o homem, mas perdeu os suspeitos de vista na região do Bairro Paulo Coelho Machado.

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