“Podia ter sido eu ou minha mãe”, diz rapaz que matou padrasto a facadas
Luiz Gustavo da Silva Gonçalves chegou a se apresentar na delegacia e foi liberado, sendo preso dias depois

Diagnosticado com esquizofrenia, o rapaz de 22 anos, acusado de matar o padrasto com 17 facadas, foi preso em agosto após se apresentar na 3ª Delegacia de Polícia Civil, acompanhado da mãe e do advogado, e alegou, em depoimento, legítima defesa. Itamar de Lima Cristaldo Júnior, 38 anos, foi morto na casa onde a família morava, no Bairro Nova Lima, em Campo Grande, no dia 26 de julho.
RESUMO
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Um jovem de 22 anos, diagnosticado com esquizofrenia, matou o padrasto com 17 facadas em Campo Grande. O crime ocorreu após uma discussão na residência da família, no Bairro Nova Lima. O acusado alega legítima defesa, afirmando que a vítima era agressiva e costumava ameaçá-lo com faca. A mãe do rapaz, que possui sua curatela definitiva, relatou que a vítima tinha histórico de conflitos com o enteado e era agressiva com ela, tendo inclusive motivado um pedido de medida protetiva. O acusado foi denunciado pelo Ministério Público e aguarda julgamento.
De acordo com o rapaz, o padrasto era muito agressivo e diversas vezes o ameaçou. “Ele sempre puxava a faca para mim. Ele bebia e queria agredir minha mãe. Ele me fazia sair correndo dele. Não tenho muito o que falar. Não matei porque eu quis”, disse Luiz.
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Em depoimento, ele contou que, no dia do crime, houve uma briga; no entanto, quando percebeu, já estava em cima do padrasto, que inclusive o feriu com uma facada no braço. “Não posso dizer que estou arrependido. Ele podia ter matado a mim ou a minha mãe”, finalizou.
Segundo a mãe, que tem a curatela definitiva do rapaz, Luiz faz tratamento para esquizofrenia e transtorno mental moderado. Conforme documentos anexados ao processo, ele chegou a ser internado neste ano e faz uso de medicação controlada.
À delegada Jennifer Estevam de Araújo, a mulher contou que convivia há seis anos com a vítima, que sempre teve conflitos com Luiz. O homem reprovava o fato de o rapaz ser dependente químico e também era agressivo com ela, que chegou a pedir medida protetiva, não cumprida porque eles moravam juntos.
No dia do crime, Itamar estava bêbado, e Luiz chegou em casa pedindo o celular do padrasto. Os dois começaram a discutir, e a vítima passou a chamar o rapaz de “noiado”. A briga continuou, e o homem mandou que o enteado saísse da casa.
“Ele pegou uma faca e disse que, se ele não saísse por bem, sairia por mal”, afirmou a mulher. Os dois, então, entraram em luta corporal e Luiz tomou a faca do padrasto, desferindo golpes no homem e, em seguida, fugindo.
Luiz foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e virou réu pela morte do padrasto. A primeira audiência de instrução e julgamento está marcada para a tarde desta segunda-feira (6).
Crime - Conforme consta no boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada inicialmente para atender um caso de violência doméstica, mas ao chegar ao local encontrou uma situação de homicídio.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e constatou o óbito ainda no local. A perícia identificou 17 lesões provocadas pelas facadas no corpo da vítima, que foi encontrado caído no chão da residência.
Após o crime, Luiz Gustavo fugiu levando a faca usada no homicídio. Equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) realizaram buscas, mas até o momento ele não foi localizado.
O caso foi registrado na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia) como homicídio qualificado por motivo torpe.
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