Antes da crise do metanol, MS registrou 7 casos de intoxicação química em 2025
Casos não têm relação com metanol, mas reforçam que situação atual é fora do comum
Antes de Mato Grosso do Sul aparecer nos boletins do Ministério da Saúde como área com casos suspeitos de intoxicação por metanol, o Estado contabilizava sete notificações de intoxicação causadas por alimentos e bebidas em 2025, conforme dados da pasta consultados neste domingo (5), de diferentes substâncias químicas.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul registrou sete casos de intoxicação exógena por alimentos e bebidas em 2025, antes da atual crise do metanol. O estado investiga a morte de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, como possível primeira vítima de bebida adulterada na região. Desde 2007, MS contabilizou 481 casos de intoxicação exógena, com pico em 2011. No cenário nacional, foram registrados 20.565 casos no mesmo período, com maior concentração nos estados do Nordeste. Em relação a mortes por auto-intoxicação voluntária por álcool, o estado soma 18 óbitos entre 1996 e 2023.
Essas ocorrências não levaram à morte, foram registradas entre janeiro e julho, estavam ligadas ao consumo habitual de produtos e não tinham relação direta com o metanol, mas ajudam a entender o problema.
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Intoxicação exógena é o termo técnico usado para definir quando uma pessoa entra em contato, por ingestão, inalação ou outra via, com uma substância química, medicamento, droga de abuso ou bebida contaminada que causa danos à saúde.
A ocorrência é mesma registrada em Matheus Santana Falcão, de 21 anos, que morreu após passar mal e ser atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande.
O caso é investigado pela Polícia Civil como a primeira morte em solo sul-mato-grossense com suspeita de intoxicação por metanol em bebida alcoólica adulterada. Os casos começaram em São Paulo e já somam 14 confirmados, 181 suspeitos, sendo uma morte confirmada e 12 suspeitas.
Historicamente, o Estado apresenta números relativamente baixos. Desde 2007, foram 481 casos notificados, com pico em 2011 (100 registros). O ano com menos ocorrências foi 2015, com apenas três registros.
Nos últimos anos, os volumes caíram: foram 13 ocorrências em 2024 e apenas 7 em 2025 até julho. O mês de março concentrou a maior parte dos registros, com cinco ocorrências, enquanto fevereiro e julho tiveram um caso cada. Nos demais meses, não houve notificações.
Neste ano, Pernambuco liderava com 214 ocorrências, seguido por São Paulo (239) e Minas Gerais (91). Já estados como Tocantins (7), Goiás (6) e Rio Grande do Sul (7) figuravam entre os menores registros no período.
O cenário nacional contabiliza 995 notificações em 2025 até agora. Desde 2007, o Brasil já registrou 20.565 casos. Estados do Nordeste concentram os maiores volumes: além de Pernambuco, destaque para a Paraíba, que já acumula 919 ocorrências no período.
Mortes por autointoxicação voluntária por álcool — O Brasil contabilizou 996 mortes por autointoxicação voluntária por álcool entre 1996 e 2023, segundo dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde.
Os registros são da categoria CID-10 X65, que indica casos de ingestão intencional de álcool com resultado fatal.
Entre os estados, os maiores números acumulados estão em São Paulo (154), Minas Gerais (117) e Paraná (78). Já os menores volumes foram registrados no Amapá (6), Roraima (6) e Acre (10).
Em Mato Grosso do Sul, foram 18 mortes em todo o período. O ano com mais ocorrências no Estado foi 2018, com duas vítimas, enquanto em diversos anos não houve registros. Nos últimos cinco anos, o estado notificou apenas cinco casos — um em 2020, um em 2021, dois em 2022 e nenhum em 2023.