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Capital

Polícia aguarda laudo porque ainda não sabe nem qual sexo de corpos carbonizados

Corpos estavam no banco traseiro e no porta-malas de um carro completamente queimado

Antonio Bispo, Mariely Barros e Bruna Marques | 25/07/2023 12:20
Carro incendiado, onde vítimas foram localizadas. (Foto: Direto das Ruas)
Carro incendiado, onde vítimas foram localizadas. (Foto: Direto das Ruas)

Os corpos encontrados carbonizados, dentro de um carro em chamas, na madrugada dessa segunda-feira (24), no bairro Nova Campo Grande, na Capital, seguem sem identificação, inclusive de qual o sexo das vítimas.

De acordo com o delegado Carlos Delano, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), os trabalhos ainda estão nas fases iniciais e as equipes aguardam o resultado da perícia para identificação do sexo dos corpos, uma vez que ambos estavam completamente carbonizados.

O Campo Grande News voltou à região onde o carro foi encontrado e conversou com moradores que moram e trabalham próximo da estrada vicinal. Para a reportagem, a doméstica Maria Veneri, de 64 anos, disse que evita transitar pelo local e que prefere desviar o caminho, por conta da falta de casas no local.

“Não passo ali, sempre que passo perto eu desvio, faz medo andar até de dia porque não tem casas, não tem ninguém morando. Ali só tem muito lixo e muito entulho, matagal e uns sujeitos que ficam andando ali de noite, no breu. De dia passa muita gente, de moto de carro pra ir pro Nova Campo Grande”, contou.

Já o mecânico Pablo Santos, de 27 anos, que trabalha em uma oficina na entrada da estrada vicinal, relatou que também prefere dar a volta no bairro, apesar de o caminho ser um ótimo atalho para chegar no bairro Nova Campo Grande, o que economizaria 20 minutos do percurso.

"Não tem nada na rua, luz nada, só breu, não gosto nem de passar aí, passei poucas vezes de dia e de noite eu prefiro dar a volta, seria um bom caminho pra quem vem do Nova Campo Grande trabalhar. Quando chove, vira atoleiro, até camburão da Polícia e da Energisa já ficaram aí atolados, sempre vem alguém aqui na oficina pedir socorro quando chove. Não tem iluminação, bom pra vagabundo que quer ficar escondido”, esclareceu.

Para o autônomo João Batista, de 61 anos, o local traz péssimas lembranças, pois uma amiga também já foi encontrada morta na mesma estrada onde os corpos carbonizados foram localizados.

“Isso aqui pra mim tem o nome de corredor da morte. Perdi uma amiga muito querida aqui, tenho até medo de falar por conta das pessoas envolvidas, mas ela foi encontrada aqui, mataram ela e jogaram o corpo. Aqui de noite não dá pra passar nem carro e nem moto ou bicicleta, perigoso passar aqui e dar de cara com o bandido, eles vêm aqui jogar moto, joga coisas usadas em crime e bota fogo. O de ontem foi só mais um que queimou, todo dia tem coisa queimando aí, eu não entro de noite nem se me pagar R$ 2 mil, e olha que eu preciso de dinheiro. Tem trabalhador, sim, que passa pra usar como atalho, mas corre o risco né”, desabafou.

Moradores da região despejam lixos na entrada da estrada vicinal (Foto: Mariely Barros)
Moradores da região despejam lixos na entrada da estrada vicinal (Foto: Mariely Barros)

Relembre o caso - O Fiesta estava na Avenida Wilsom Paes de Barros, que tem continuação com a Avenida General Carlos Alberto de Lima, no Bairro São Conrado, passando pelos fundos do aeroporto e ligando os bairros. A região é conhecida como um trilheiro e até local de desova.

Segundo o delegado Pablo Ricardo Campos dos Reis, que atendeu o local de ocorrência, testemunhas perceberam chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros. Contudo, o fogo já havia tomado o veículo.

Após as chamas serem combatidas, um corpo foi encontrado no banco do passageiro. As equipes policiais foram acionadas e então localizaram mais um cadáver, dentro do porta-malas do carro.

Pablo destaca que não foi possível identificar qualquer pertence ou documento na área, nem saber o sexo das vítimas. A polícia trata o caso como morte a esclarecer. "Não foi possível identificar se trata de crime ou suicídio, por isso o caso foi registrado como morte a esclarecer", pontua Reis.

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