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Capital

Policial que redigiu B.O de jornalista defende atendimento na Deam

Investigador de Polícia afirma que teve de convencer vítima do perigo que corria e pedir medida protetiva

Por Viviane Oliveira | 15/02/2025 17:36
Policial que redigiu B.O de jornalista defende atendimento na Deam
Mulheres aguardando atendimento na recepção da Casa da Mulher Brasileira (Foto: Osmar Veiga)

O investigador de Polícia Judiciária, Sebastião Pereira dos Santos, que redigiu o boletim de ocorrência da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada brutalmente com três facadas pelo ex-noivo, Caio César Nascimento Pereira, defendeu, por meio de nota publicada no Facebook, o atendimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

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O investigador Sebastião Pereira dos Santos, responsável pelo Boletim de Ocorrência da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo, defendeu o atendimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ele relatou que Vanessa não estava preocupada com a violência, mas sim com a divulgação de fotos íntimas por Caio César. Sebastião destacou que insistiu para que ela pedisse medida protetiva e se abrigasse na Casa da Mulher Brasileira, mas ela recusou. O policial afirmou que a Polícia Civil fez seu papel e não pode obrigar vítimas a aceitarem proteção.

Conforme o policial, na ocasião em que registrou o boletim de ocorrência, a preocupação de Vanessa não era com a violência, mas pelo fato de Caio ter divulgado, na rede social, fotos íntimas dela. No registro, citou que o uso de drogas e álcool pelo ex-noivo corroía a relação do casal. “Ela não queria medida protetiva. Tive que convencê-la do perigo que corria a importância de pedir o instrumento”, postou o policial.

Ele afirmou ainda que é comum, no dia a dia da delegacia, vítimas chegarem machucadas e não quererem assinar o pedido de medida protetiva. "Mas eu insisti e ela concordou em assinar o pedido. Eu incluí no pedido a retirada do autor da residência. Mas o que eu e posteriormente a delegada, não conseguimos fazer, mesmo com muita insistência, foi convencê-la a se hospedar na Casa da Mulher Brasileira até a retirada do agressor da casa dela”.

De acordo com o investigador, fez de tudo para que a jornalista ficasse na Casa, até a concessão da ordem judicial e retirada do autor. “Ela recusou peremptoriamente. Disse que tinha vários lugares para ficar, em casa de amigos. Quando ela voltou à delegacia, na parte da tarde, onde queria um dossiê do autor, novamente foi solicitado para que ficasse na Casa, pois a Justiça já havia concedido a medida protetiva, seria uma questão de tempo para o oficial de justiça dar o cumprimento”, explicou Sebastião.

O policial afirma ainda que jamais a Polícia Civil vai mandar a vítima para junto do agressor. “Mas a Polícia Civil não pode obrigar a vítima a ficar abrigada na Casa [da Mulher Brasileira] se ela não quiser. O fato de ser negado o dossiê do autor, não significa abandono", pontuou.

Segundo investigador, o Judiciário é que devia ser questionado de não ter mandado o oficial de justiça retirar o agressor da casa. “A Polícia Civil fez todo o seu papel. Se a lei facultasse ao delegado de polícia a concessão da medida protetiva e o seu imediato cumprimento, ai sim se poderia argumentar responsabilidade e abandono", destacou.

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