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Capital

Por falta de provas, acusados de espancar haitiano até a morte são soltos

Testemunhas não souberam apontar quem foram os autores do assassinato e dupla negou crime

Por Ana Paula Chuva | 07/04/2025 13:32
Por falta de provas, acusados de espancar haitiano até a morte são soltos
Bloco de concreto com manchas de sangue no local onde haitiano foi morto (Foto: Reprodução)

Por falta de provas o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida mandou soltar Pablo de Souza Klipel e Sidnei Gonçalves da Silva, acusados de espancar até a morte o haitiano Mardochée Borgeli, 35 anos. O crime aconteceu em frente à Ceasa (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), no Bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, dia 8 de janeiro deste ano. A dupla havia sido presa em flagrante.

RESUMO

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Pablo de Souza Klipel e Sidnei Gonçalves da Silva, acusados de espancar até a morte o haitiano Mardochée Borgeli, foram soltos por falta de provas. O crime ocorreu em frente à Ceasa, em Campo Grande. Testemunhas não souberam apontar os autores do crime e os acusados negaram a autoria. Um terceiro homem, inicialmente detido, foi liberado e encontrado morto dias depois.

A decisão foi publicada no Diário da Justiça desta segunda-feira (7), mas a audiência aconteceu no dia 26 de março deste ano. Na ocasião, algumas testemunhas foram ouvidas por videoconferência e não souberam apontar quem seriam os autores do crime naquela noite. Pablo e Sidnei negaram a autoria.

Com isso, as defesas dos acusados pediram a liberdade provisória consideram não existir mais fundamentos legais para mantê-los em prisão preventiva. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) argumentou pela impronúncia de ambos por conta da falta de elementos que comprovassem a autoria.

O juiz então impronunc

iou Sidnei e Pablo determinando a expedição do alvará de soltura. “Os acusados mantiveram a negativa de autoria, alegando que apenas estavam naquela região onde ocorreram os fatos.  As testemunhas ouvidas não souberam indicar os autores do crime, trazendo apenas informações sobre uma discussão envolvendo vários indivíduos e a vítima, que teria ocorrido em um bar bastante movimentado da região”, diz o magistrado.

Porém, o alvará de soltura só foi cumprido no dia 4 de abril deste ano, conforme os autos do processo.

Por falta de provas, acusados de espancar haitiano até a morte são soltos
Corpo de haitiano em frente à vila de quitinetes onde morava (Foto: Reprodução)

Homicídio –Testemunhas contaram que o haitiano estava transtornado durante todo o dia, "apresentando agressividade com os vizinhos". Além disso, durante a manhã causou importunação na Ceasa e seguranças precisaram colocá-lo para fora do local.

Já durante a tarde, segundo as testemunhas que conversaram com a polícia, Borgelin se envolveu em confusão com clientes de um bar que fica na esquina da Ceasa. Ele chegou a ser agredido por alguns homens e a Polícia Militar foi acionada. Na ocasião, o haitiano não soube informar quem foi e não tinha interesse em representar criminalmente.

Os militares, então, o instruíram a não voltar ao bar e não perturbar mais os vizinhos. Na sequência, assim que os policiais deixaram o local, grupo entre 6 e 10 homens invadiu a vila de casas onde Borgelin morava, na Rua Antônio Rahe, Bairro Mata do Jacinto, e passaram a espancá-lo com barra de ferro, pedaços de madeira e pedras.

A polícia foi chamada novamente e, quando retornou pela segunda vez, encontrou a vítima na frente da vila de casas, com fraturas severas na cabeça e afundamento no rosto. Não houve tempo de socorro e a morte foi constatada no local.

Na ocasião, Sidnei Gonçalves da Silva e Pablo de Souza Klipel foram levados para a delegacia junto com o homem encontrado morto nesta manhã. Os dois primeiros foram autuados pelo homicídio e tiveram a prisão preventiva decretada.

Já o terceiro foi liberado porque uma testemunha afirmou em depoimento que o viu jogando uma pedra na vítima apenas quando ela já estava morta e que o homem era uma pessoa tranquila e nunca esteve envolvida em confusão. Ele foi encontrado morto no dia 11 de janeiro na casa onde morava no mesmo bairro onde aconteceu o crime.

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Perito apontado para poça de sangue no local onde assassinato aconteceu (Foto: Reprodução)

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