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Preso em abatedouro clandestino diz que recebia R$ 1,50 por ave morta

José Carlos Xavier afirmou em depoimento que foi contratado e trabalhava no local porque precisava do dinheiro

Por Ana Paula Chuva | 23/08/2025 14:39
Preso em abatedouro clandestino diz que recebia R$ 1,50 por ave morta
Cabeças de galinhas em tambor seriam descartadas no rio (Foto: Reprodução)

Preso em flagrante por equipe da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) na sexta-feira (22), José Carlos Xavier, 62 anos, afirmou que era apenas funcionário do abatedouro clandestino de frangos localizado no Bairro Los Angeles, em Campo Grande, e recebia R$ 1,50 por ave morta.

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José Carlos Xavier, 62 anos, foi preso em flagrante em Campo Grande por trabalhar em um abatedouro clandestino de frangos. Ele confessou abater cerca de 30 aves por dia, recebendo R$ 1,50 por cada animal morto, e descartar as vísceras em um rio próximo ao local. O suspeito alegou trabalhar no local por "necessidade e sobrevivência" e desconhecer a origem e o destino das galinhas. Esta não é a primeira vez que José Carlos é detido pelo mesmo crime. Em 2021, ele foi flagrado em outro abatedouro clandestino na cidade. A reincidência agrava sua situação, e ele responderá novamente pelo crime de manter em depósito ou vender mercadoria imprópria para consumo, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão, sem direito à fiança no momento.

Em depoimento ao delegado Wilton Vilas Boas, o homem contou que, quando as equipes policiais chegaram, ele já havia abatido 30 galinhas e que tinha mais 90 para matar. Um homem identificado apenas como Davi estava com ele, mas fugiu quando viu os servidores.

Segundo José, ele chegava ao local por volta das 6h30 e a primeira coisa que fazia era esquentar a água para colocar em um tambor para depenar as galinhas. Em seguida, começava os abates, cortando o pescoço das aves com uma faca. Depois, ele despejava as cabeças e as tripas em um rio a aproximadamente 100 metros do local.

O homem afirmou que trabalhava no local há duas semanas e recebia R$ 1,50 por ave morta. Ele ainda relatou que, quando chegava, as galinhas já estavam no abatedouro e não sabe de onde elas vinham e para onde iam. Ele preferiu não identificar quem o contratou.

Ainda segundo o depoimento de José, ele trabalhava no local por “necessidade e sobrevivência”. O homem ainda não passou por audiência de custódia.

Preso em abatedouro clandestino diz que recebia R$ 1,50 por ave morta

O flagrante - O espaço foi descoberto após investigação da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que acionou a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo). No imóvel, fiscais e policiais encontraram dezenas de aves encaixotadas havia dias, com unhas crescidas, frangos mortos no chão e vísceras espalhadas.

No momento da ação, José Carlos Xavier foi preso em flagrante. De acordo com a investigação, ele era responsável pelo abate dos animais, enquanto outro homem recolhia as aves para precificação e revenda. Esse segundo suspeito conseguiu fugir ao perceber a chegada das equipes, entrando em uma área de mata próxima.

As condições sanitárias do local foram classificadas como críticas. Além de indícios de doenças, havia frangos queimados, provavelmente por permanecerem próximos ao fogão usado na depenagem. Alguns estavam desnutridos, com cauda desgastada e pele lesionada.

Reincidência – José Carlos já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime. Na ocasião, fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Guarda Civil Municipal flagraram outro abatedouro clandestino, no Bairro Parque Lageado, onde cerca de 200 galinhas eram mantidas em más condições e parte delas já havia sido abatida sem qualquer registro sanitário.

O suspeito confessou, naquela época, que abatia, em média, de 30 a 40 aves por dia, recebendo por cada animal em uma atividade que também ocorria sem inspeção oficial.

Agora, ele voltou a ser autuado em flagrante por manter em depósito ou vender mercadoria imprópria para o consumo. A pena varia de dois a cinco anos de prisão, sem direito a fiança neste momento.



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