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Quinto paciente com síndrome associada ao zika é internado no HU

Natalia Yahn | 10/03/2016 09:12
HU já atendeu cinco pacientes com Síndrome de Guillain-Barré este ano. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)
HU já atendeu cinco pacientes com Síndrome de Guillain-Barré este ano. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)

Mais um paciente diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, ligada ao zika vírus, foi internado no HU (Hospital Universitário), em Campo Grande. O homem que não teve nome e idade divulgados é o quinto paciente com a síndrome internado este ano no local. Ele foi atendido no Pronto Socorro do hospital na sexta-feira (4). Ele respira normalmente, em nenhum momento precisou de ajuda de aparelhos e por isso foi transferido para o setor da clínica médica, onde permanece internado.

Ele apresenta estado clínico estável e em evolução, está consciente, consegue se levantar e caminhar sozinho. O paciente ainda não tem confirmação de dengue ou o zika vírus, apenas a síndrome. Porém, não há previsão de alta, já que ele ainda precisa de acompanhamento médico especializado.

Outro paciente com a síndrome também permanece internado no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital. Ele foi encaminhado para o setor no dia 1° de março, após esperar 15 dias por um leito. 

Ele também não teve nome e idade divulgados, mas por ter buscado atendimento médico somente oito dias após o início do sintomas - foi internado somente no dia 16 de fevereiro - o quadro geral de saúde se agravou. Mesmo assim o paciente apresenta melhora e após ter ficado dias sem mexer os membros superiores e inferiores voltou a movimentar os braços e respira com ventilação, mas sem necessidade de aparelhos. O homem também não tem previsão de receber alta.

Outros casos – A Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) informou que os outros três pacientes que foram internados no HU com Síndrome de Guillain-Barré, um homem já recebeu alta e os outros dois, um homem e uma mulher, foram transferidos para o hospital São Julião para reabilitação por apresentarem quadro estável.

Nenhum deles teve a identidade revelada pelo hospital, mas o Campo Grande News apurou que no dia 4 de fevereiro havia sido confirmada a internação de uma mulher de Paranaíba, a 422 quilômetros da Capital. Ela foi internada no município no dia 2 de fevereiro, com a síndrome. Na época, a mulher foi identificada como Janecler Nunes da Silva, 33 anos e segundo familiares, ela começou a apresentar os sintomas 15 dias de sua internação, como febre e dores nas articulações.

No dia 29 de janeiro, o quadro se agravou e ela já não conseguiu mais trabalhar. Dois dias depois, teve dormência na perna e caiu durante o banho por fraqueza. No dia 1º de fevereiro, já não sentia mãos e pés. A paciente também apresentou vermelhidão e foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), no dia 3 de fevereiro, às 20h, quando já estava na Capital.

Ainda conforme a assessoria, até agora apenas dois pacientes tiveram a síndrome associadas à dengue, mas não informou quais são.

O que é - A Síndrome de Guillain-Barré é uma síndrome neurológica que apresenta como sinais clínicos a perda de força, sensibilidade e reflexo de padrão rapidamente evolutivo. Isso ocorre devido a reação autoimune aguda a um processo infeccioso na qual os anticorpos criados pelo corpo para combater o organismo infectante terminam por atacar os nervos levando aos sinais clássicos da doença.

As principais causas de Guillain-Barré são infecções intestinais em sua maioria causada por Enterovírus (vírus que causa diarreia) ou pelo Campylobacter jejum (bactéria que também causa diarreia). Ela também vem sendo associada ao zika vírus.

O tempo médio de evolução entre o início da infecção e o surgimento dos sintomas é de aproximadamente 10 a 15 dias no geral. Um bom exemplo seria a infecção causada pela dengue. Assim como outras síndromes virais, a dengue também gera reação imune que pode levar ao quadro da Síndrome Guillain-Barré.

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