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Capital

Relembre: ex-vereador assassinado foi condenado, mas estava em liberdade

Alceu Bueno foi filmado com duas adolescentes em um quarto e depois chantageado

Leonardo Rocha e Anahi Zurutuza | 21/09/2016 18:51
Alceu Bueno durante sessão na Câmara Municipal, quando ainda era vereador (Foto: Divulgação/CMCG)
Alceu Bueno durante sessão na Câmara Municipal, quando ainda era vereador (Foto: Divulgação/CMCG)

O ex-vereador e empresário José Alceu Padilha Bueno, assassinado na noite de terça-feira (20), havia sido condenado em dezembro do ano passado, a oito anos e dois meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de exploração sexual de vulnerável. Mas, cumpria o processo em liberdade, enquanto aguarda o recurso da sua defesa. 

Bueno tinha 55 anos, era natural de Peaberu, interior do Paraná, empresário e casado. Ele foi candidato a vereador em 2006, 2008, 2010, mas só foi eleito em 2012 pelo PSL (Partido Social Liberal). Em abril de 2015, ele renunciou ao cargo, após o escândalo vir à tona.

O esquema de exploração sexual envolvendo o empresário se tornou público no dia 16 de abril de 2015, quando uma equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) prendeu o ex-vereador Robson Martins e o empresário, Luciano Pageu, pelo crime de extorsão. O próprio parlamentar havia procurado ajuda na polícia.

As prisões aconteceram no estacionamento do hipermercado Walmart, quando Bueno entregou o envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50,00 para dupla. O ex-vereador, que tinha denunciado a extorsão, disse à polícia que já havia pago o valor de R$ 100 mil para Robson e Luciano.

A chantagem estava sendo feita com um vídeio, no qual Bueno aparece com duas meninas, de 15 anos, sem roupa e em um quarto. As duas garotas gravaram as cenas do programa sexual a pedido dos chatagistas.

Rede - Depois da investigações, descobriu-se que havia uma rede de exploração sexual com menores, idealizada por Fabiano Otero, que induzia adolescentes a ter encontros com políticos e empresários, que seriam gravados, sem o conhecimento deles, para depois realizar a chantagem.

Alceu Bueno, Robson Martins e o ex-deputado Sérgio Assis recorreram a decisão do juiz Marcelo Ivo de Oliveira. Alceu aguardava o recurso em liberdade. Já Otero aderiu à delação premiada e teve pena reduzida de 23 anos e 10 meses para 11 anos e 11 meses.

Cumprindo a sua sentença em regime domiciliar, o mentor do esquema avisou a Justiça, em abril deste ano, que iria fazer uma nova mudança de endereço, porque estaria sofrendo ameaças, sendo que uma teve a participação de dois homens e uma moto. O seu advogado na ocasião, informou que a intenção era “pressioná-lo”, para não fazer a delação.

Caso - O corpo foi encontrado por volta das 6h, no Jardim Veraneio, nas proximidades do Parque dos Poderes - no nordeste de Campo Grande -, por um morador da região que seguia para o trabalho. Ele avistou fogo e, ao se aproximar, viu que se tratava de uma pessoa.

A polícia suspeitou que o corpo fosse de Alceu Bueno, quando Iolanda Basek Bueno, mulher do ex-vereador, foi até uma delegacia, registrar boletim de ocorrência, pelo desparecimento do marido, desde ontem (20) a noite.

O Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) confirmou que o corpo era do empresário no fim da tarde de hoje.

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