Sem trabalho, transexual vítima de estupro coletivo pede doações
Camila está na casa do irmão e dorme no sofá da sala, mesmo com ferimentos ainda por cicatrizar
Dois meses e meio após ter sido agredida e estuprada por dupla de criminosos, a mulher trans Camila Ferreira, de 54 anos, está em fase final de recuperação após duas cirurgias e 19 dias de internação. Enfrentando dificuldades financeiras, a vítima pede ajuda, porque não tem condições nem mesmo de manter a dieta indicada por médicos para que fique totalmente recuperada o mais rápido possível.
“Por fora, os ferimentos já cicatrizaram, mas por dentro, ainda sinto dor. O médico disse que é normal, que ainda vai levar um tempo para ficar 100%, mas que preciso cuidar da alimentação”, afirma.
No entanto, desde que saiu do hospital, as coisas não têm sido fáceis para Camila. Depois de passar um tempo na casa de amigos, ela precisou da ajuda de um irmão. “Às vezes, entro em desespero e não sei o que fazer. Aqui no meu irmão, eu durmo no sofá. Até ganhei uma cama, mas não tenho como ir buscar”, relata.
A vítima conta que chegou a pedir ajuda de vereadores da Capital, mas, até agora, não teve resposta. “Não tenho vergonha de pedir ajuda, porque realmente estou precisando. Vergonha é tirar o que é dos outros”, finaliza. Camila também espera por acompanhamento psicológico.
Quem puder ajudar a vítima, pode entrar em contato pelo telefone (67) 99274-1647.
O caso - A vítima foi sequestrada por volta das 11h, do dia 18 de junho, por dois homens em um carro vermelho, no Bairro Vila Sobrinho. Encapuzada, eles levaram ela até uma residência, onde foram praticados os crimes e depois, abandonaram ela próximo ao Cemitério Santo Amaro.
Uma das linhas de investigação é que se trata de crime de LGBTIfobia, termo utilizado e que compreende as violências cometidas contra a população LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti/Transexuais, Queer, Intersexo+), crimes de ódio, praticados contra essa população, motivados pela sua orientação sexual ou identidade de gênero.