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Capital

Serial killer tenta convencer juiz de que matou porque pagava dívida da vítima

Alegações finais em processo por morte de Timóteo Roman, aos 62 anos, foram apresentadas esta semana

Marta Ferreira | 02/04/2021 15:10
Cleber é escoltado por policiais depois de indicar onde estava o corpo de Timóteo Roman, morto por ele em 2 de maio do ano passado. (Foto: Kísie Ainoã)
Cleber é escoltado por policiais depois de indicar onde estava o corpo de Timóteo Roman, morto por ele em 2 de maio do ano passado. (Foto: Kísie Ainoã)

Prestes a completar um ano preso, o “Pedreiro Assassino”, como ficou conhecido Cleber de Souza Carvalho, 43 anos, matador confesso de 7 pessoas em Campo Grande, apresentou à Justiça as alegações finais no processo por uma das mortes, a de Timóteo Pontes Roman, de 62 anos. A alegação é de que deu um golpe de cabo de picareta na vítima e depois jogou o corpo em um poço da casa dela no meio de discussão por cobrança de dívida.

Por isso motivo, a defesa quer derrubar duas qualificadoras aplicadas à acusação de assassinato por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima. Se conseguir isso, a pena possível fica menor.  Agora, o juiz responsável, Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, vai decidir se manda ou não Cleber ao júri popular.

Os advogados do serial killer, na peça processual, citam a informação de que o cliente estava tirando do “próprio sustento” o valor de R$ 450 menais só para pagar juros de empréstimo tomado por ele, junto a agiotas, para Timóteo. O valor inicial seria de R$ 3 mil.

Conforme a versão da defesa, os dois homens se desentenderam quando o mais velho chamou Cleber para fazer um serviço de pedreiro no imóvel dele, na Vila Planalto. Para os defensores, o motivo foi “injusto”, mas não fútil, por causa da existência da dívida não paga.

Quanto ao recurso que dificultou a defesa da vítima, justificam que a morte ocorreu durante uma briga, portanto, Timótero não teria sido pego de surpresa.

Na alegação final, os advogados Dhyego Fernandes Alonso e José Vinícius Ferreira de Andrade tentam, também, desqualificar a acusação contra o “Pedreiro Assassino” pelo crime de ocultação de cadáver.

Na tese deles, Cleber nem sabia se a vítima estava morta e não a carregou até o poço. No interrogatório, o serial killer disse ter jogado Timóteo ali por medo de que, “se acordasse”, a vítima o denunciaria a polícia.

Confissões - A morte de Timóteo foi descoberta quando Cleber já estava preso por outros seis assassinatos e até havia acompanhado os trabalhos para localizar os restos mortais.

Ele foi localizado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, no dia 15 de maio do ano passado. Era procurado pela morte do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, na Vila Nasser.

Nesse caso, o corpo foi enterrado no quintal da casa do morador. A filha dele, Yasmin Gonçalves, 19 anos, e a mãe dela, mulher de Cleber, Roselaine Tavares Gonçalves, também foram acusadas de participação no assassinato.

A família havia se mudado para o imóvel onde o comerciante morava e matinha uma venda, na parte da frente.

O sumiço de José Leonel foi notado pelos parentes e só a partir daí as investigações andaram.

A defesa tenta excluir Roselaine da acusação. Quanto à Yasmim, o processo dela foi desmembrado. Perícia divulgada na semana passada a considerou como inimputável, por apresentar deficiência intelectual.

O “Pedreiro Assassino” já foi mandado a júri por esse caso. Recorreu da sentença de pronúncia e aguarda julgamento a respeito no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

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