Sesau promete normalizar estoque de 90% dos remédios até fim de dezembro
Comissão de Saúde cobra soluções para falta de medicamentos e atraso na ativação de novas ambulâncias do Samu

A Câmara Municipal de Campo Grande realizou, na manhã desta terça-feira (18), uma reunião a portas fechadas com o Comitê Gestor da Saúde e representantes do Conselho Municipal de Saúde para discutir a situação da rede pública. O encontro foi solicitado pelo Legislativo para obter um diagnóstico atualizado da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e cobrar soluções para problemas recorrentes.
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A Câmara Municipal de Campo Grande realizou reunião com o Comitê Gestor da Saúde e representantes do Conselho Municipal de Saúde para discutir a situação da rede pública. Entre os principais problemas abordados estão a falta de medicamentos, carência de materiais médico-hospitalares e paralisação de ambulâncias do Samu. O estoque de medicamentos básicos da rede municipal está em 80%, com previsão de chegar a 90% até dezembro. Seis ambulâncias novas do Samu aguardam autorização do Ministério da Saúde para funcionamento, sendo cinco para substituição e uma para ampliação da frota. Vereadores também cobram a nomeação de um titular para a Secretaria Municipal de Saúde.
O presidente da Comissão Permanente de Saúde, vereador Victor Rocha (PSDB), explicou que a reunião, aberta a todos os vereadores, teve caráter técnico. “Houve uma prestação de contas do Comitê Gestor da Saúde. Nesses 70 dias de atuação, buscamos saber qual é o diagnóstico que eles trouxeram e quais são as soluções a curto, médio e longo prazo”, afirmou.
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Segundo o parlamentar, as principais preocupações apresentadas foram a falta de medicamentos, a carência de materiais médico-hospitalares e a paralisação de ambulâncias novas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). “Todos os vereadores recebem essas demandas diariamente. Tivemos a oportunidade de ouvir quais medidas estão sendo tomadas”, disse.
Falta de medicamentos - Conforme Victor Rocha, o Comitê informou que o estoque da rede municipal está atualmente com cerca de 80% dos medicamentos básicos disponíveis. Uma nova entrega, prevista até a segunda quinzena de dezembro, deve elevar o abastecimento para aproximadamente 90%.
“A expectativa é que até março do ano que vem tenhamos a compra completa, para que a falta de medicamentos deixe de ser pauta na Secretaria de Saúde”, declarou. André de Moura Brandão, responsável pelos contratos da Sesau, reforçou o diagnóstico: “Quando assumimos, havia cerca de 55% dos 252 itens da lista Remune (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais) em estoque. Em 70 dias, chegamos a 80% e, até o fim de dezembro, devemos atingir 90%. No início do ano, queremos alcançar o abastecimento pleno.”

Durante a reunião, a reportagem encontrou na Câmara o aposentado Juacir Cavassa, de 77 anos, que há quatro anos utiliza um medicamento para reduzir o inchaço da próstata. Ele relata que o remédio é distribuído exclusivamente no CEM (Centro de Especialidade Médica), mas há meses não consegue retirá-lo. “Chego lá e dizem: ‘Está em falta’”, afirma. Sem previsão de reposição e sem alternativa, tem comprado o medicamento por conta própria. “Custa entre R$ 28 e R$ 30. Não é tão caro, mas pesa. Todo mês tenho que gastar esse dinheiro e faz falta para outras coisas.”
Ambulâncias - Outro tema central foi a situação das seis ambulâncias novas do Samu que ainda não entraram em funcionamento. De acordo com Victor Rocha, a Prefeitura, a Sesau, o Conselho Municipal de Saúde e o Ministério Público Estadual já assinaram um termo solicitando ao Ministério da Saúde autorização para que cinco veículos sejam usados para substituir ambulâncias antigas e uma para ampliação da frota.
A coordenadora do comitê, Ivone Kanaan, afirmou que a proposta já foi enviada a Brasília. Questionada sobre críticas de que a não ampliação total estaria relacionada à falta de contratação de novos profissionais, ela explicou: “Não é apenas contratar. É toda uma parte técnica de capacitação e adequação do Samu”.

Pressão por nomeação - Os vereadores também cobraram a definição de um titular para a Sesau. Atualmente, a pasta é comandada interinamente pelo Comitê Gestor, coordenado por Ivone Kanaan. “Politicamente, é importante que a prefeita anuncie o secretário de Saúde. A doutora Ivone responde tecnicamente, mas os vereadores têm cobrado a nomeação”, destacou Victor Rocha.
Sobre o convênio com a Santa Casa, Ivone informou que uma nova proposta deve ser apresentada na próxima semana. “Vamos à Santa Casa para discutir os termos”, afirmou. Os parlamentares reforçaram que continuarão cobrando respostas para a falta de medicamentos e para a ativação das ambulâncias que seguem paradas no pátio da Sesau.
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