Sobreviventes pedem por proteção às vítimas de violência doméstica
Para elas, as histórias se repetem sem uma real ação preventiva
No dia em que Mato Grosso do Sul registrou o quarto feminicídio, na manhã deste sábado (22), sobreviventes e ativistas se reuniram na Praça Ary Coelho para pedir ações mais eficazes no combate a violência doméstica. Elas compartilharam experiências e lamentam por "toda mulher já ter sofrido alguma agressão".
RESUMO
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No dia em que Mato Grosso do Sul registrou seu quarto feminicídio em 2024, sobreviventes e ativistas se reuniram na Praça Ary Coelho, em Campo Grande, para reivindicar medidas mais efetivas contra a violência doméstica. Entre os relatos, Silvana Terena, 49, defende atendimento especializado para indígenas na Casa da Mulher Brasileira, enquanto Maria Antônia de Paiva, 54, expõe a fragilidade das medidas protetivas após ter sua casa invadida pelo ex-companheiro. O protesto aconteceu no mesmo dia em que Mirieli Santos, 26, foi assassinada a tiros pelo ex-marido em Água Clara, a 193 km da capital, evidenciando a urgência das demandas apresentadas pelas manifestantes.
Vítima de diferentes violências, Silvana Terena, de 49 anos, viu seu algoz ser preso em 2023 e, hoje, luta para que a Casa da Mulher Brasileira tenha atendimento especializado no atendimento de indígenas.
"A Casa chegou a ter intérprete em 2013, mas foi tirado no ano seguinte. Nós precisamos de atendimento diferenciado porque a nossa cultura é diferente. Nascer mulher tem um peso, ser indígena torna esse peso dobrado", compartilha Silvana.
De todas as violências que sofreu, entre os anos de 2020 e 2023, Maria Antônia de Paiva, de 54 anos, teve até sua intimidade desrespeitada e não podia nem ter o próprio horário de almoço. Era tudo do jeito que o ex-companheiro queria.
"A medida protetiva é só um papel. Ele quebrou, entrou na minha casa com um chaveiro e foi embora antes do camburão [da polícia] chegar. Foi preso, mas só por dois dias. Hoje está livre e eu com laudos médicos de todos os problemas emocionais e psicológicos causados por aquela relação", lamenta a sobrevivente.
Na companhia da filha de 12 anos, a dona de casa Jhoilly Caldeira, 36, colaborou no protesto exatamente para proteção da adolescente. "Minha filha é o futuro e estou lutando por ela. Não estamos pedindo muito, apenas nossos direitos. Já fui agredida, acho que todas já fomos alguma vez na vida, mas eu consegui me livrar sem ajuda da polícia".
Quarto feminicídio - A empresária Mirieli Santos, 26 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido, Fausto Junior Aparecido de Oliveira, 31 anos, na madrugada deste sábado (22), em uma residência no Bairro Jardim Paraíso, em Água Clara, a 193 quilômetros de Campo Grande.
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