“Sou médico, sei bem o que é o sofrimento”, diz novo secretário de Saúde
Marcelo Vilela retorna ao comando da Sesau, “dona” de orçamento de R$ 2,2 bilhões para 2026
De volta ao comando da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) a partir de 1º de janeiro, o médico urologista Marcelo Luiz Brandão Vilela faz o diagnóstico de que a Saúde de Campo Grande enfrenta problemas agudos, mas avalia que em 2017, quando assumiu o cargo pela primeira vez, a situação era bem mais grave.
RESUMO
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O médico urologista Marcelo Luiz Brandão Vilela reassume a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande a partir de 1º de janeiro. O novo secretário, filiado ao PP, reconhece problemas agudos no setor, mas avalia que a situação é menos grave que em 2017, quando ocupou o cargo pela primeira vez. Entre as prioridades da gestão estão a regularização do abastecimento de medicamentos e o diálogo com sindicatos e Conselho Municipal de Saúde. Com orçamento de R$ 2,2 bilhões para 2026, Vilela destaca a necessidade de distribuição inteligente e planejada dos recursos, considerando o subfinanciamento da saúde pública no Brasil.
Neste retorno, Vilela, que é filiado ao PP, partido da prefeita Adriane Lopes, mas se enquadra como um quadro técnico, volta para ajudar com seus conhecimentos sobre medicina e gestão.
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“O propósito é de trabalhar pela saúde pública. Sou médico, sei bem o que é o sofrimento. A gente vê a necessidade da população e quer ajudar. Já fui secretário, galguei experiência de gestão. Naquela época, a situação era pior que essa. Não tinha medicação, nosso almoxarifado não tinha estoque”, diz o novo titular da Sesau, em entrevista por telefone ao Campo Grande News.
Em 2017, ele foi nomeado pelo prefeito Marquinhos Trad (PDT), que iniciava o seu primeiro mandato. Em 17 de janeiro daquele ano, reportagem mostrou que faltavam centenas de medicamentos.
Agora, em 2025, também há falta de remédios, mas o novo secretário aponta que o problema é em menor escala e a resolução será prioridade.
“Não tem como estipular um prazo. Na administração pública, as compras são processos demorados. Mas já existem atas de compras e vêm emendas da bancada federal, que vão ajudar bastante”, afirma Vilela.
Diálogo – A partir da próxima segunda-feira, primeiro dia útil após as festividades, o secretário começará rodada de reuniões com as equipes para traçar o plano de trabalho. O diálogo promete ser uma marca na gestão.
“Vou procurar os sindicatos dos médicos, dentistas, enfermeiros, quero conversar com todo mundo”, destaca Vilela.
Ele também quer dialogar com os participantes do Conselho Municipal de Saúde, órgão deliberativo composto por gestores, trabalhadores e usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).
A definição do novo titular da Sesau, anunciada ontem (dia 30), aconteceu após um período de gestão provisória que gerou desgaste político. A criação do Comitê Gestor da Saúde por decreto da prefeita abriu uma "pequena crise" entre o Executivo e o Legislativo. Portanto, o novo secretário também vem para apaziguar o clima.
“O comitê fez um trabalho muito importante do levantamento de problemas”, elogia Vilela.
O Comitê de Saúde continuará atuando junto à Secretaria Municipal de Saúde, com a função de assessorar o novo secretário, até o término do decreto vigente, previsto para março de 2026.
Dinheiro – Do orçamento de R$ 6,9 bilhões previsto para 2026 em Campo Grande, a Saúde fica com a maior fatia: R$ 2,2 bilhões (33%). Contudo, apesar do volume, o secretário lembra que os recursos do SUS são finitos, em contraste com uma expectativa infinita.
“Existe subfinanciamento da saúde pública no Brasil. O dinheiro precisa ser distribuído de forma inteligente e planejada”.
A prefeita Adriane Lopes “bateu o martelo” após três reuniões com Vilela. O novo secretário também conversou por telefone com o governador Eduardo Riedel (PP). “Se Deus quiser, vamos conseguir melhora a Saúde”, afirma o secretário.
O secretário – Marcelo Vilela é graduado em Medicina pelas Faculdades Integradas Severino Sombra (1995) e doutor em Medicina (urologia) pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), com pós-doutorado em Urologia Pediátrica pela University of California, San Francisco, nos Estados Unidos.
O médico foi secretário municipal de Saúde em Campo Grande entre janeiro de 2017 e março de 2019.
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