Testemunhas de decapitação filmada pelo PCC são ouvidas pela Justiça
Audiência no fórum da Capital contou com o reforço da segurança de policiais militares do Batalhão de Choque
Prestaram depoimento, durante a tarde desta segunda-feira (15) no Tribunal do Júri do fórum da Capital, as testemunhas de acusação da investigação que apura a morte de Joice Viana Amorim, encontrada decapitada no dia 14 de maio em Campo Grande.
Entre os ouvidos, estava a mãe de Davi Migulão, de 19 anos, dono da residência no Santa Emília onde Joice foi forçada a gravar um vídeo em que confessava ser integrante do Comando Vermelho, momentos antes de ser executada.
Em juízo, a mãe do jovem informou que soube da morte da vítima pelo próprio vídeo e suspeitou que ela teria sido morta no local, pois reconheceu os ladrilhos que aparecem no fundo da gravação. Ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, que presidiu o julgamento ela disse que questionou o filho se ele teve participação na morte de Joice, pois, após o ocorrido, a varanda de sua casa amanheceu lavada.
A mulher ainda contou que após o vídeo da execução circular na imprensa, seu filho retirou os ladrilhos e fez um desenho no lugar. Além dela, foram ouvidas outras cinco testemunhas, no entanto, todas negaram os fatos, inclusive, contradizendo os depoimentos que haviam prestado na delegacia.
Com relação a uma das testemunhas, Garcete pediu o encaminhamento da cópia do seu depoimento à delegacia, a fim de apurar possível crime de falso testemunho. A sessão desta tarde contou com o reforço de segurança feito pelo batalhão de Choque da Polícia Militar. A próxima audiência sobre o caso foi marcada para o dia 29 de maio, às 15 horas.
O caso - As investigações chegaram aos nomes de 15 autores, três deles adolescentes, envolvidos na execução da vítima. Após 10 dias desaparecida, a jovem foi encontrada em estrada vicinal que dá acesso à Avenida Wilson Paes de Barros, entre os Bairros Santa Emília e Nova Campo Grande, com as mãos amarradas e sem a cabeça.
O crime, segundo a polícia, aconteceu depois que a vítima tentou “recuperar” um chinelo furtado afirmando ser integrante do CV (Comando Vermelho).