"Todo dia tem fogo": vizinhos convivem com fogo, fumaça e fuligem no Rita Vieira
Depois do fogo consumir terreno na Rua Laura de Abreu, hoje é dia de limpeza nas casas vizinhas
“Todo dia tem fogo”, lamentou o empresário Silvio Puk, 49 anos, morador do Rita Vieira e vizinho de terreno onde, ontem, o fogo que começou por volta das 17h30 cresceu e assustou moradores, que se mobilizaram para conter as chamas até a chegada do Corpo de Bombeiros.
Esse socorro, segundo eles, só chegou por volta das 21h. A essa altura, as chamas consumiram a vegetação seca e muitos temiam pela mudança do vento, que poderia levar fagulhas para dentro das casas.
A empresária Milka Paz, 43 anos, conta que estava limpando a casa quando sentiu o cheiro da fumaça. Avisou ao marido, Silvio, dizendo que alguém “tinha colocado fogo aqui perto”. Se assustou ao notar que o fogo estava no terreno localizado nos fundos, no muro vizinho.
Milka diz que só teve noção da dimensão do fogo mais à noite, que se tornou iluminada pelas chamas. O marido dela e outros vizinhos se juntaram para jogar água por cima do muro. “Tinha muita fuligem, fumaça”, disse. O medo é que as chamas atingissem as placas solares da casa.
Silvio Puk também temia que o fogo chegasse no cômodo onde guarda tinta e tecido, material de trabalho da empresa de uniformes dele. É ele quem diz que o fogo é recorrente na área. “Muita gente pega fio, entulho, joga lixo ali, e queimam, aí fogo se alastra”. Se as chamas atingissem as placas solares, diz que o “prejuízo seria danado”. Ele ainda não subiu no telhado para ver se houve algum estrago.
A vizinha deles, Geovanna Ribeiro, 30 anos, estava fora de casa quando o incêndio começou. “Mas, quando cheguei, já estava bem alto”. Ela ainda tentou ajudar no combate às chamas, mas diz que a mangueira de casa não chegou até o local. “Eu estava sozinha, com fogo chegando aqui, com muito medo, a gente já tinha ligado para bombeiro, eles falaram para gente ficar tranquilo, que ele já iriam vir”.
Mas, o socorro, segundo os moradores, demorou. “Fogo ficou por horas queimado aqui, fumaça bem densa”, disse Geovanna. Hoje, ainda está na limpeza da casa para retirar a fuligem que ficou. O marido, Vagner Pagliotto, 30 anos, também reclama dos incêndios constantes. “Todo dia o pessoal tá botando fogo, é direto e tem muita vegetação seca, as pessoas são bem irresponsáveis, falta consciência”.
A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros. A assessoria informou que, nesses últimos meses, em decorrência das condições climáticas, as ocorrências de incêndio urbano têm aumentado significativamente.
"Frente à demanda, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul tem empenhado todos os esforços possíveis para garantir uma rápida resposta a esse tipo de ocorrência, sem deixar de atender também as demais demandas que são de sua competência", respondeu.
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#atualizado às 11h32 do dia 22 para acréscimo do retorno do Corpo de Bombeiros.