“Todo ser humano está sujeito a erro”, diz pai de rapaz que matou segurança
“Todo ser humano é passível de cometer erros”. A frase foi dita pelo pai de Richard Gomide Lima, de 22 anos, na tarde desta quinta-feira (2) ao final da primeira audiência do processo por homicídio doloso e omissão de socorro contra o filho.
O estudante de Direito, matou o segurança Davi Del Valle Antunes, de 31 anos, na madrugada do dia 31 de maio, no cruzamento da avenida Afonso Pena com a Paulo Coelho Machado, em Campo Grande.
Ao ser questionado sobre o comportamento de Richard, o pai lembrou que os filhos foram criados na Igreja Cristã do Brasil e disse que todos estamos sujeitos a cometer erros.
“Ele está muito arrependido com o que houve”, declarou, acrescentando que é um pai presente e vai todos os domingos visitar o filho no Centro de Triagem, onde está preso. Demonstrando preocupação o empresário ficou o tempo todo de mãos dadas com a filha, irmã de Richard, de 19 anos.
Na sala de audiência também estavam os tios que criaram Richard depois que ele perdeu a mãe, vítima de câncer, quando ele tinha 14 anos, e ainda a funcionária da família que o viu crescer. Os tios e a empregada choraram ao ver o jovem no banco dos réus.
Após dois meses do acidente, a família de Richard optou por trocar de advogado, e para fazer a defesa do jovem foi contratado José Roberto Rodrigues da Rosa, que atuou, por exemplo, nos casos Marielly, Dudu e da morte do vereador de Alcinópolis, Carlos Antônio Costa Carneiro.
Ele foi contratado na terça-feira (31), já entrando com procuração para assumir a defesa. No próximo dia 13, às 8h30, já está marcada a audiência onde serão ouvidas as testemunhas de defesa. De acordo com o advogado de Richard, já há oito testemunhas.
Richard foi indiciado por homicídio doloso e omissão de socorro, que pode levá-lo a júri popular. Nesse caso, o entendimento é de que houve o dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar, como, por exemplo, dirigindo bêbado e em alta velocidade.
Porém, após analisar o caso, o advogado alega que não há como provar o dolo eventual, pois não foi feito o exame de alcoolemia em Richard, sendo a suposta embriaguez dele apenas presumida em depoimentos. “As provas são frágeis e delicadas”, finaliza.