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Sabor

Vendendo salgados há 30 anos na garagem, casal salva a vizinhança

Dona Maria e José venderam salgados por 30 anos em Coxim e agora mantêm a profissão na Capital

Por Clayton Neves | 17/06/2025 07:02
Vendendo salgados há 30 anos na garagem, casal salva a vizinhança
Seo José Paulo é quem faz a massa dos pasteis e dona Maria faz salgados assados. (Foto: Osmar Veiga)

Com portão entreaberto e cheiro de massa frita no ar, a pequena garagem da casa na Rua Cotegipe, no Bairro Cophasul, se transformou em ponto de encontro para quem aprecia um bom salgado. No comando do negócio que fica na varanda da casa onde mora, dona, Maria da Conceição, de 58 anos, salva o lanche da vizinhança com delícias com preço acessível. Todas as opções da estufa saem a R$ 3,50.

Dona Maria diz que toda tarde faz questão de deixar a vitrine com opções variadas e preparadas na hora. O cardápio inclui pastel de carne, queijo e misto, torta de frango, enroladinho, pão italiano, coxinha de frango e de carne, kibe, saltenha, empadinha e tudo o que ela estiver inspirada para fazer no dia. Tudo com recheio generoso e massa feita na cozinha de casa.

“A massa do pastel é com ele”, conta ela, apontando para o marido, seo José Paulo da Silva, de 79 anos, companheiro na vida e nos negócios. “Os pastéis ele faz a massa e eu só frito. Já os assados, eu que faço”, acrescenta.

Vendendo salgados há 30 anos na garagem, casal salva a vizinhança
Coxinha, pastéis e pão italiano são algumas das opções. (Foto: Osmar Veiga)

Enquanto o filho trabalha fora, o casal mantêm o pequeno negócio funcionando como uma engrenagem afinada. Eles começam o dia às 4h30 da manhã, preparando as massas e os recheios. A partir das 8h, fazem entregas para comércios da região. Às 16h, a venda começa na garagem da casa.

“Eu gosto muito de mexer com comida. Trabalho me faz feliz. A gente trabalha junto, evita pagar aluguel de ponto e ainda tá em casa”, pontua Maria.

Segundo ela, o movimento, mesmo em tempos difíceis, segue fiel. “Graças a Deus, o povo compra. Já chegamos a fazer 300 em um dia”, conta.

Vendendo salgados há 30 anos na garagem, casal salva a vizinhança
Saltenha, salgado típico na Bolívia, também é feito por Maria. (Foto: Osmar Veiga)

Há cinco anos, Maria e José Paulo deixaram Coxim, onde vendiam salgados há mais de três décadas. Lá, o casal chegou a atender o quartel do Exército e manter pastelaria própria. “Fiquei uns 30 anos vendendo salgado em Coxim. Tinha pastelaria e fornecia para lanchonete e para o quartel também”, lembra ela.

A mudança para Campo Grande foi por amor de mãe. O único filho do casal veio para a Capital a trabalho, e logo os pais seguiram o mesmo rumo. “Ele veio, a gente veio junto. E já que estava aqui, resolvi aproveitar e abrir a garagem para vender salgados”, conta dona Maria.

A rua Cotegipe, apesar de tranquila, é uma das principais do bairro. “O movimento ajuda”, conta ela. No entanto, de acordo com ela, muito além da localização, o segredo está no trabalho duro, no sabor e na honestidade com que cada salgado é preparado.

Vendendo salgados há 30 anos na garagem, casal salva a vizinhança
Dona Maria e o marido acordam 4h30 para preparar salgados. (Foto: Osmar Veiga)

“Hoje em dia as coisas estão difíceis. A gente tem que se aliar com alguma coisa para ajudar na renda e trabalhar direito. E se é algo que a gente ama, melhor ainda”, finaliza.

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