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Capital

Tradicional e residencial, Cabreúva ganha torres e avança na verticalização

Fluxo crescente de moradores traz mais comércios e novos hábitos urbanos

Por Gabi Cenciarelli | 24/07/2025 07:01
Tradicional e residencial, Cabreúva ganha torres e avança na verticalização
Vista aérea do bairro, mostrando a mistura entre casas antigas e a construção (Foto: Osmar Veiga)

Por muitos anos, o bairro Cabreúva foi sinônimo de tranquilidade, ruas com poucas casas, crianças soltando pipa em terrenos baldios e vizinhança de longa data. Mas essa paisagem vem mudando rápido. A região, localizada próxima ao centro de Campo Grande, passou a atrair novos empreendimentos e, junto com eles, um fluxo crescente de moradores, comércios e novos hábitos urbanos.

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Cabreúva, tradicional bairro tranquilo de Campo Grande, passa por transformação acelerada. Obras como a do Centro Municipal de Belas Artes impulsionam a chegada de novos moradores, comércios e prédios, alterando a dinâmica local, antes marcada por casas antigas e terrenos baldios. A mudança traz consigo maior valorização da região, movimentação da economia e melhorias na infraestrutura. Antigos moradores observam o aumento populacional e a diversificação dos serviços. A construção de edifícios modernos contrasta com a arquitetura tradicional, embora o senso de comunidade persista. A transformação atrai de volta antigos residentes e novos moradores em busca de segurança e praticidade, com a expectativa de que o bairro se valorize ainda mais após a conclusão das obras do Centro de Belas Artes, previsto para 2025.

Uma das grandes responsáveis por esse movimento é a obra do Centro Municipal de Belas Artes, construção de grande porte que, além de revitalizar parte da área antes ociosa, também marca simbolicamente a transformação do bairro. Ao redor dela, surgem edifícios que já alteram a dinâmica de uma região onde predominavam casas antigas, muitas delas sem reformas há décadas.

“Aqui era só mato, terreno baldio. Era perigoso, tinha roubo. Eu evitava passar de moto nessa área”, lembra a analista Elisabeth Clippell-Hells, de 45 anos, que morou por mais de uma década na região e hoje, mesmo vivendo em outro bairro, continua levando os filhos para passear na orla. “Agora é totalmente diferente. A Orla virou ponto de lazer, tem lugar pra comer, comércio, tudo perto.”

Tradicional e residencial, Cabreúva ganha torres e avança na verticalização
Construção com os prédios ao fundo (Foto: Osmar Veiga)

O aumento da população é visível para quem acompanha de perto o cotidiano do bairro. “Muita gente que já morava aqui comprou apartamento pra continuar na mesma região. Outros vieram de fora. A cidade está crescendo, e aqui ficou mais valorizado”, explica a corretora Tatiana Dória, que morou cinco anos no Cabreúva e hoje vive na Avenida Afonso Pena. Para ela, o bairro passou de predominantemente residencial a misto: “A avenida que antes era só casa, hoje tem restaurante, pet shop, comércio variado. E é bom, porque movimenta a economia local.”

A chegada dos prédios, segundo os moradores, mudou também o perfil das construções. Se antes predominavam casas baixas, muitas sem manutenção, hoje o cenário se divide entre a arquitetura tradicional e edifícios modernos. Apesar disso, ainda há um forte senso de pertencimento entre os antigos moradores. “Campo Grande tem isso, né? O pessoal conhece a tia da chipa, sabe o nome do dono da venda. E mesmo com as mudanças, isso ainda existe aqui”, avalia Tatiana.

A transformação é notada até por quem só visita o bairro com frequência. O servidor público Mariano Pedro Marques, de 45 anos, cresceu na região e atualmente mora próximo ao Aeroporto. “Aqui era um campão. A gente pescava, soltava pipa onde hoje tem prédio. Volto sempre pra visitar minha mãe e agora trago meus filhos pra mostrar onde eu brincava." Ele conta que saiu do bairro justamente por não conseguir financiar uma das casas tradicionais que tinam na região mas, com a chegada dos prédios, sonha em voltar com a família. "Tenho planos de voltar a morar aqui, porque é perto de tudo”, relata.

Tradicional e residencial, Cabreúva ganha torres e avança na verticalização
Mariano com os filhos em frente a obra, onde ele cresceu e conta que até pescava no Cabreúva (Foto: Gabi Cenciarelli)

A estudante Emanuele Zorrilha, de 23 anos, também chegou recentemente. Grávida e já mãe de um menino de dois anos, ela se mudou do bairro Tarumã para o Cabreúva em busca de mais qualidade de vida. “Lá eu fui assaltada dentro de casa. Aqui me sinto mais segura, tem creche por perto, posto de saúde, tudo mais acessível”, afirma.

Já a expectativa dos moradores para o bairro, depois que as obras forem concluídas, é quase unânime: valorizar ainda mais o espaço tradicional da Capital. De acordo com a Prefeitura de Campo Grande, a expectativa para a entrega do Centro Municipal de Belas Artes é até o final de 2025.

Tradicional e residencial, Cabreúva ganha torres e avança na verticalização
Casas antigas que se tornaram comércios na região (Foto: Osmar Veiga)

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