Tradicional ponto de pelada na Capital, "Chiad" dará lugar a 240 apartamentos
Espaço de 10 mil m² que abriga quatro campos de futebol suíço dará lugar a três torres residenciais
O Chiad, famoso ponto de pelada entre amigos em Campo Grande, está com os dias contados. Localizado na Rua Rui Barbosa, entre a Rua Júlio Dittmar e a Avenida Rachid Neder, o espaço de 10 mil metros quadrados que abriga quatro campos de futebol suíço dará lugar a três torres residenciais com 240 apartamentos. O projeto é da Caprem Construtora, que possui projetos no interior de São Paulo e fará do empreendimento sua primeira obra fora do estado de origem.
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O Chiad, um popular espaço de futebol em Campo Grande, será transformado em um empreendimento residencial com três torres e 240 apartamentos, substituindo seus quatro campos de futebol suíço. A construtora Caprem planeja iniciar a construção em 2026, prevendo a geração de 200 empregos diretos e um aumento significativo na arrecadação de impostos, passando de R$ 32 mil para R$ 1,1 milhão em IPTU anual. Apesar da perda do espaço de lazer, moradores locais apoiam a mudança, acreditando que o novo condomínio valorizará a região, que já apresenta uma valorização de 17,4% nos últimos 12 meses.
O novo residencial do Bairro São Francisco terá uma área total de construção de 48.187 m². A primeira torre contará com 80 apartamentos de 129m², distribuídos em 20 pavimentos. As outras duas torres terão 160 unidades de 108m², também com 20 andares cada. Ao todo, o empreendimento oferecerá 620 vagas de estacionamento, sendo 48 delas para bicicletas e motos.
A construção está prevista para iniciar no segundo semestre de 2026, com prazo de conclusão até o primeiro semestre de 2029. Ao longo dos 36 meses de obras, a expectativa é gerar 200 empregos diretos. Após a entrega, o funcionamento do condomínio deverá empregar 247 pessoas, gerando R$ 8,2 milhões anuais em remuneração.
A construtora estima que o empreendimento resultará em um aumento significativo na arrecadação de impostos para a Capital. O IPTU anual do terreno utilizado para atividades esportivas, atualmente de R$ 32 mil, subirá para R$ 1,1 milhão. A construção gerará ainda R$ 2,8 milhões em ISS durante as obras, totalizando R$ 6,2 milhões em tributos.
A justificativa apresentada pela construtora em audiência pública destaca que a área do Chiad é considerada um "vazio urbano". Segundo a Caprem, a substituição por um empreendimento residencial contribuirá para reduzir a especulação imobiliária, estimular investimentos públicos na região e aumentar a oferta de moradias.
Apesar da perda do tradicional ponto de lazer, a expectativa é que o novo empreendimento valorize o entorno, contribuindo para a segurança e desenvolvimento do bairro. Inclusive a construção de apartamentos no lugar dos campos suíços é defendida por moradores locais.
"Pra condomínio eu creio que vai ser viável, que vai valorizar a região. O condomínio tem mais procura do que o campo de futebol. O campo também tem mais barulho, por mais que respeite todos os horários. Pra essa região, pra quem quer morar, um condomínio acaba sendo melhor", opinou o corretor de imóveis, Paulo Queiroz, 53 anos, que possui um apartamento vizinho ao local da futura construção.
De acordo com a média de preço de mercado, apartamentos na região são comercializados por valores entre R$ 690 mil e R$ 1 milhão. A área do Centro Urbano, onde o bairro está inserido, teve uma valorização de 17,4% nos últimos 12 meses, com preço médio de R$ 5.676/m², segundo índices FipeZap+ e IBGE.
O empresário André Pereira, 48 anos, também morador de um residencial ao lado onde será levantando o empreendimento, também defende a construção do empreendimento. “A cidade está cheia de campinho, mas pra gente da região é bom porque valoriza a região. Ouvi que vai ser um condomínio de luxo, eu achei bom”, disse.
A densidade populacional do Bairro São Francisco atualmente é de 37,8 habitantes por hectare, e a previsão é que o novo empreendimento adicione cerca de 674 moradores à região. A área já conta com infraestrutura de água, esgoto, drenagem e coleta de lixo e demais equipamentos públicos.