UFMS anula promoção de professor condenado por estupro e mantém afastamento
Universidade revogou portaria após repercussão; docente segue afastado e responde a processo administrativo
A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) informou neste sábado (16) que anulou a promoção concedida ao professor de Biologia condenado por estupro contra uma aluna. A mudança de nível havia sido publicada em portaria no dia 11 de agosto, elevando o docente de Adjunto/4 para Associado/1.
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Professor condenado por estupro tem promoção anulada pela UFMS. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul anulou a progressão funcional do docente, condenado por estupro de uma aluna em 2016. A promoção, que o elevava de Adjunto/4 para Associado/1, foi publicada em portaria no dia 11 de agosto, mas revertida após forte repercussão negativa. O professor está impedido de novas progressões no período 2023-2025. O docente foi condenado em março deste ano a oito anos de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de R$ 30 mil por danos morais. Ele está afastado de suas funções na universidade desde então, aguardando a conclusão do processo administrativo disciplinar. A condenação gerou protestos na UFMS, com estudantes exigindo a exoneração do professor. Alunas relataram outros casos de assédio envolvendo o docente, questionando a eficácia das campanhas de respeito dentro da instituição.
Segundo a instituição, o servidor está impedido de obter progressões referentes ao período 2023-2025 e a promoção foi imediatamente anulada. A UFMS afirmou ainda que o professor permanece integralmente afastado das funções, aguardando a conclusão do processo administrativo disciplinar instaurado após a condenação.
O caso - O professor foi afastado em março deste ano, quando a Justiça estadual o condenou a oito anos de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de R$ 30 mil por danos morais. O crime ocorreu em 2016, durante uma festa em uma república estudantil.
De acordo com a denúncia, ele seguiu uma aluna até um quarto, trancou a porta e, minutos depois, foi visto saindo do local. A jovem foi encontrada nua, desorientada e chorando. No dia seguinte, o professor pediu que ela tomasse a pílula do dia seguinte. A decisão judicial é de primeira instância e ainda cabe recurso.
Repercussão - A sentença provocou indignação dentro da universidade. Dois dias após a condenação, cerca de 40 estudantes realizaram protesto em frente à Reitoria, pedindo a exoneração do docente. Com faixas e cartazes, gritaram frases como “UFMS, vê se escuta, quem estupra não educa” e “Estuprador eu não aceito, cadê a campanha Eu Respeito?”.
Na época, uma ex-aluna de 30 anos, vítima de assédio do professor, disse que a decisão judicial “dá um gostinho de justiça, mas ainda há impunidade. Nenhum julgamento paga o que ele fez”. Outra estudante, de 21 anos, afirmou: “Era aquela coisa de que todo mundo sabia, mas ninguém falava. Hoje estamos aqui para levantar a nossa voz. Existem milhares de denúncias na ouvidoria. É bonito fazer campanhas, mas será que as alunas se sentem seguras em sala de aula?”.
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