“Vinha visitar meu pai toda semana”, diz filha sobre tio que matou idoso
Cícero Pereira de Lima faleceu após levar um golpe de faca na panturrilha, antes da chegada de socorro
“Vinha visitar meu pai toda semana”, contou a filha de Cícero Pereira de Lima, de 72 anos, morto pelo próprio irmão, Roberto Pereira Murça, de 57, no início da noite desta segunda-feira (15), em uma casa na Rua Naviraí, na Vila Margarida, em Campo Grande. O tio costumava frequentar a residência para visitar Cícero, mas dessa vez atacou o irmão com uma facada na perna.
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Idoso de 72 anos é morto a facadas pelo próprio irmão em Campo Grande. O crime ocorreu na Vila Margarida, na noite de segunda-feira (15). A vítima, Cícero Pereira de Lima, foi atacada pelo irmão, Roberto Pereira Murça, de 57 anos, dentro de casa. A filha da vítima, que presenciou o crime, relatou que não houve discussão prévia e que o tio visitava o pai semanalmente. Segundo a filha, ela deixou os irmãos conversando para preparar um café e, ao retornar, encontrou o pai ferido na panturrilha. Apesar da tentativa de socorro, Cícero morreu no local. Socorristas informaram que a vítima poderia ter sobrevivido se o atendimento tivesse sido acionado imediatamente. O autor foi preso em flagrante e levado para a delegacia. A filha da vítima, que cuidava do pai, lamentou a perda e relatou que Cícero sofria de depressão há anos.
De acordo com a filha, que morava com Cícero, não houve discussão antes do ataque. “Eu abri a porta e meu tio chegou. Coloquei a cadeira para ele sentar porque ele vinha toda semana ver meu pai, tomavam café, conversavam. Meu pai nunca foi agressivo. Ele tomava remédios muito fortes e dormia bastante. Quando meu tio chegou, eu falei para o meu pai: ‘Levanta, vamos tomar um café e comer’. Ele continuou deitado. Aí falei que ia fazer café e já voltava. Quando voltei, vi que ele tinha levado uma facada na perna. Uma só”, relatou.
Em choque, ela explicou que não conseguiu acionar a polícia. “Acho que ele pode ter tido um surto. Eu só pedi o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); não consegui ligar porque fiquei nervosa. Tentei colocar meu pai no carro, mas ele era pesado e não consegui. Pedi para o vizinho ligar. Ele morreu no quarto da casa em que morava, no terreno que ele dividia comigo”.
A filha contou ainda que o tio mantinha o hábito de visitar o irmão. “Meu pai sempre dizia: ‘Não é para deixar meu irmão para fora’”, disse. O autor morava sozinho no bairro Cerejeiras, mas já havia sido cuidado por outro irmão durante 20 anos.
Cícero tinha diagnóstico de depressão desde os 40 anos. O quadro chegou a ser confundido com esquizofrenia. “Ele nunca bebeu e sempre foi tranquilo. Eu é que cuidava dele. Ele era quietinho. Agora perdi o único que me restava. Já perdi minha mãe e dois irmãos e, agora, meu pai”, desabafou.
O corpo será velado e sepultado no Cemitério Palmeiras, em Campo Grande, ainda sem horário definido.
O crime: De acordo com a Polícia Militar, os irmãos conversavam no quarto da casa quando ocorreu a agressão. A filha de Cícero contou que saiu para preparar café e, ao retornar, encontrou o pai ferido e o tio ainda no cômodo. Ela acionou o socorro, mas os socorristas constataram que o idoso já estava morto. O golpe foi na panturrilha da vítima.
De acordo com os socorristas, a vítima poderia ter sobrevivido se o socorro tivesse sido acionado mais rapidamente. Roberto foi contido por policiais e levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.
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