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Em Pauta

Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 16/09/2025 10:30
Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

Houve um tempo em que um grupo de artesãos defendia seu trabalho enfrentando as máquinas. O que podemos aprender com eles? Todos somos um pouco luditas, e não só porque de vez em quando desejamos jogar o celular pela janela. Os luditas foram um grupo de artesãos têxteis ingleses que entre 1.811 e 1.816 destruiram teares mecânicos e outras máquinas que ameaçavam seus empregos.


Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

O Rei Ludd.

Esse nome, “luditas“, vem de um personagem, provavelmente fictício, chamado “Rei Ludd”. Era assim que ele assinava suas cartas e artigos de jornais. É quase certo que era “Ned Ludd”, um trabalhador que 40 anos que antes tinha destruído alguns teares.


Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

Ser luditas: anjo ou demônio?

A palavra ludita segue sendo usada para todos que criticam as empresas tecnológicas como Amazon, Uber ou a ultima rede social que um milionário inaugurou. A intenção é desclassificar os críticos como alguém que tem medo do futuro e de umas maquinas que não entende. Mas essa imagem está distante da realidade.


Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

O debate necessário.

Os luditas, em verdade, não estavam contra o progresso nem contra as máquinas. Desejavam que houvesse um debate sobre as maquinas que ameaçavam seus empregos, suas comunidades e seus valores. O comportamento das grandes empresas atuais de alta tecnologia apresenta muitos paralelismos com a industria têxtil inglesa do século XIX: apresentam-se como a única rota possível para o progresso. Não admitem debate algum. Seu objetivo é concentrar riqueza e poder.


Sangue nas máquinas: a destruição do trabalho humano

“Que todos se danem”.

Não se importam em vulnerabilizar nossa privacidade nem em arrasar com empregos, negócios e formas de vida, desde o pequeno comércio até os setores que, segundo os mais pessimistas, podem ser substituídos pela inteligência artificial. “Que todos se danem, só me interessa o dinheiro e o poder” é seu mantra. O futuro que almejam é um número ínfimo de bons empregos e uma grande massa de trabalhadores desempregados ou precarizados.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.