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Capital

“Vou reviver os últimos dias dela”, diz amiga de Vanessa em 2ª audiência

Ex-noivo acompanhou primeiro depoimento, mas foi retirado da sala a pedido da mãe da vítima

Por Ana Paula Chuva e Clara Farias | 09/05/2025 14:57

“Vou reviver os últimos dias dela”, diz amiga de Vanessa em 2ª audiência
Caio tampando o rosto ao sair da sala de audiência da 1ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Osmar Veiga)

RESUMO

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A segunda audiência sobre a morte da jornalista Vanessa Ricarte ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, com a presença de sua amiga, Alessandra Izaac, que relatou os últimos dias de terror vividos por Vanessa. Ela expressou sua dor pela perda e a esperança de que o réu, Caio César Nascimento Pereira, pague pelo crime. Caio é acusado de feminicídio qualificado, cárcere privado e violência psicológica. A promotora de Justiça destacou a gravidade das ações do réu, que se tornou réu em março. Vanessa foi assassinada em fevereiro, após denunciar Caio por violência e solicitar uma medida protetiva, que não foi cumprida.

A também jornalista Alessandra Izaac é uma das testemunhas de acusação ouvida durante a 2ª audiência sobre a morte de Vanessa Ricarte nesta sexta-feira (9). A sessão acontece na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, duas semanas após a primeira e também conta com a presença do ex-noivo da vítima, o músico Caio César Nascimento Pereira.

Antes de entrar na sala, a amiga da Vanessa conversou com a imprensa e relatou que terá que reviver os últimos dias de terror da amiga. “Vou repetir o depoimento que já dei na delegacia. Vou falar tudo o que sei, tudo o que eu vivi com provas e áudios né de tudo que falei desde o início. Ela falou muita coisa para mim sobre os últimos dais de terror dela vividos ao lado desse monstro, vou reviver os últimos dias dela”, alegou.

Sobre os mais de dois meses vividos sem Vanessa, a amiga contou que já chorou bastante e que será para sempre uma dor já que tiraram a vida da jornalista de forma brutal.

“Não tem como vocês estar preparado, você aceitar. Vai ser para sempre uma dor. Tiraram a vida dela, tiraram ela da gente. Ninguém merece ir embora assim. Ele é frio, é calculista, chegou aqui sorrindo com cara de deboche. Olhou para nós com cara de deboche, isso mágoa a gente”, disse Alessandra.

“Espero que ele pague pelo que ele fez. Esperamos que tudo seja justo. Ele é frio porque cometeu esse crime e continua como se não tivesse feito nada. Para ele deve ser normal né, para a gente não é”, finalizou.

Caio esteve no local, mas foi retirado da sala de audiência a pedido da mãe da Vanessa que é ouvida por videoconferência. Além das duas mulheres outras duas testemunhas da acusação devem falar sobre o que sabem sobre o crime. Já o autor não deve dar sua versão dos fatos hoje.

Réu -  Caio foi denunciado por feminicídio qualificado por motivo fútil, cárcere privado e violência psicológica ainda em fevereiro deste ano. A promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, da 19ª Promotoria de Justiça afirmou no documento que o acusado agiu de forma repugnante e torpe. Ela ainda pediu indenização não inferior a R$ 10 mil para a família de Vanessa.

O músico virou réu pelo crime em 19 de março deste ano. Para o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, “a materialidade do fato está presente, neste momento inaugural, no caderno investigatório, assim como parece haver indícios suficientes de autoria. Portanto, presente a justa causa para a propositura da ação penal”, registrou no recebimento da denúncia.

Porém o magistrado considerou inadequada a acusação de cárcere privado, porque não ficou demonstrado como o músico manteve a jornalista presa e ainda que o MP não demonstrou evidências de que Vanessa sofria violência psicológica.

A morte – Vanessa Ricarte foi morta no dia 12 de fevereiro deste ano, horas depois de ir à Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) para denunciar o músico por violência e pedir medida protetiva. A ordem judicial para que Caio Nascimento se mantivesse afastado da jornalista foi expedida, mas não chegou até ele.

No fim da tarde, Vanessa decidiu ir até sua casa, acompanhada por um amigo, para pegar roupas e pertences. Ao chegar ao local, ela foi esfaqueada pelo ex-noivo três vezes.

“Vou reviver os últimos dias dela”, diz amiga de Vanessa em 2ª audiência
Policiais em frente à casa de Vanessa no dia 12 de fevereiro, quando aconteceu crime (Foto: Paulo Francis)

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