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Cidades

Índios e Funai boicotam audiência pública que discutiu "Paz no Campo"

Filipe Prado | 05/12/2013 17:10
A audiência contou com produtores e autoridades, mas indígenas não compareceram (Foto: Filipe Prado)
A audiência contou com produtores e autoridades, mas indígenas não compareceram (Foto: Filipe Prado)

A audiência pública, realizada hoje (05) na Câmara Municipal de Campo Grande, com o tema “Paz no Campo”, colocou autoridades e produtores rurais “frente a frente” para tentar pacificar os conflitos. A Funai (Fundação Nacional do Índio) e autoridades indígenas não compareceram a reunião.

A vereadora Juliana Zorzo (PSC) idealizou e presidiu a audiência pública. Ela conta que quer acabar com este clima de guerras entre produtores e indígenas. “Eu quero promover a paz, colocar os fazendeiros e indígenas para discutirem pacificamente e chegarem um acordo”.

Foram convidados para a audiência lideranças indígenas e a Funai, que não compareceram ao evento. “Eles foram os primeiros a serem convidados, já tinham confirmados, cerca de 60 indígenas, mas não compareceram. Eles comentaram que foi por ordem da Funai e que não sentariam com os produtores”, comenta Juliana.

Para Francisco Maia, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), os indígenas podem estar traçando estratégias de ataque, por isso não foram à audiência. “A natureza nunca muda. Uns atacam de dia e outros a noite. Eu acho que eles atacam a noite”.

Juliana relata que não concorda com a decisão de suspensão do Leilão da Resistência. “Eu acho que não tinha necessidade, pois se os indígenas quisessem fazer um leilão, eles poderiam fazer”.

Mas o presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, Joatan Loureiro, diz que a decisão foi correta. “Foi razoável, certa. A segurança pública não pode ser privada, não é desta forma que eles irão resolver a situação, para isso temos as instituições”, afirma.

Joatan compara a situação do estado com a Reforma Agrária. “Nós já passamos pelo problema da Reforma Agrária, e parece que o pessoal não aprendeu com isso. Estão passando pelos mesmos problemas”, relata o presidente da comissão.

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