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Interior

Área invadida é da JBS e retirada foi feita após boletim de ocorrência

O secretário de Segurança, Antônio Videira, diz que a ação policial não exigiu mandado judicial

Por Mylena Fraiha e Helio de Freitas, de Dourados | 27/04/2025 12:24

A ação policial na manhã deste domingo (27) contra trabalhadores rurais do MST (Movimento Sem Terra) em Dourados foi motivada pelo registro de um boletim de ocorrência feito no sábado (26), segundo informou o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira.

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Cerca de 300 trabalhadores rurais do MST (Movimento Sem Terra) foram retirados de uma área pertencente à JBS Aves, no Distrito de Panambi, em Dourados (MS), na manhã deste domingo (27). A ação policial, que utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha, foi motivada por um boletim de ocorrência registrado no sábado (26), após a ocupação da área na quinta-feira (24). A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o procedimento não exigiu mandado de reintegração de posse, pois a retirada ocorreu logo após a invasão. A operação contou com 104 policiais, incluindo Batalhão de Choque, PMRv, DOF, 3º BPM e Polícia Militar Ambiental Rural. O Incra, o MDA e deputadas estaduais estão reunidos com os trabalhadores para ouvir suas reivindicações. Apesar da ação policial, não houve feridos, porém os barracos foram destruídos.

A área localizada no Distrito de Panambi, próximo à rodovia MS-379, pertence à empresa JBS Aves, de acordo com o titular da Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Conforme noticiado, cerca de 300 trabalhadores rurais do MST foram retirados do local com o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha; os barracos também foram destruídos. Em vídeo, é possível ver que um dos acampados volta a questionar se há mandado judicial, e os agentes respondem: "Repito, não há mandado judicial".

Em outros vídeos encaminhados ao Campo Grande News, é possível ver que, antes da ação policial, os acampados tentaram negociar com o Batalhão de Choque, solicitaram a presença do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para abrir diálogo e pediram um prazo de pelo menos uma hora para retirar a infraestrutura, os animais e as plantações.

Entretanto, um dos agentes do Choque respondeu em voz alta: "Não há reunião com o Incra, não vim para negociar com você, ou vocês saem ou eu tiro". Em seguida, a tropa foi organizada em barreira e avançou utilizando tiros de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

Videira diz que as equipes de segurança seguem protocolo e que os equipamentos como uso de bomba de efeito moral é usado para evitar confronto. Também diz que ninguém ficou ferido na ação, nem policiais, nem acampados.


Segundo Videira, a secretaria está acompanhando esse movimento do MST desde a quinta-feira (24). “Eles invadiram uma área particular da JBS Aves ali no Panambi, em frente a um acampamento já existente. Ontem foi feito o boletim de ocorrência no final da tarde, e hoje de manhã nós realizamos a retirada", explicou.

Ele também afirmou que o procedimento não exigiu mandado de reintegração de posse. "Tão logo eles entraram, a gente já retirou. Usamos o maquinário da Agesul para remover os barracos que eles montaram. Esse é um procedimento normal aqui no Mato Grosso do Sul, realizado pela Sejusp, sempre mediando. A gente vai lá, põe o Batalhão de Choque, faz a mediação, eles saem, e nós retiramos os entulhos e materiais usados na invasão”, disse.

O secretário informou ainda que 104 policiais atuaram na operação. Foram mobilizados 60 agentes do Batalhão de Choque, 12 da PMRv (Polícia Militar Rodoviária), além de equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), do 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar) e da Polícia Militar Ambiental Rural, totalizando 32 policiais nas demais unidades.

Reunião - O superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Silva, informou que está no local e que uma reunião será realizada para ouvir as reivindicações dos acampados. Também participam da reunião a superintendente do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Marina Viana, e as deputadas estaduais Gleice Jane (PT) e Camila Jara (PT).

Segundo Paulo Roberto, a polícia já iniciou a retirada do local. Os barracos montados pelos trabalhadores foram destruídos.

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