“As quenga tudo limpa”: dona de boate exibe exames de garotas de programa
Sem se importar com a lei, Franciele Martins fala abertamente da exploração sexual na cidade
RESUMO
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Franciele Martins Rezende, moradora de Caarapó (MS), gerou polêmica nas redes sociais ao publicar vídeo exibindo exames de DST de suas funcionárias. Em tom irônico, ela mostrou resultados negativos e fez comentários sobre a saúde das trabalhadoras. A Polícia Civil investiga o caso, já que a legislação brasileira considera crime a exploração da prostituição. Embora Franciele não se considere cafetina, ela se apresenta como dona de boates e publica vídeos mostrando bastidores do trabalho, incluindo negociações de valores com clientes.
Sem se intimidar por comentários ou pelo que manda a lei, Franciele Martins Rezende, moradora de Caarapó, no sul do Estado, resolveu "prestar contas" nas redes sociais sobre a saúde de garotas de programa que trabalham na boate dela. Nesta segunda-feira (6), ela publicou um vídeo em que exibe exames de IST (Infecção Sexualmente Transmissível) das meninas, depois de falatório na cidade sobre supostas doenças. Em tom de deboche, a cafetina mostra os papéis um por um, reforçando que todos os testes deram negativo e dispara: “as quenga tudo limpa”.
Nas imagens, Franciele aparece dizendo: “Olha lá. Limpa. Limpa. Olha que coisa linda. Limpa. Da cozinheira à dona. Cuidem do chibu de vocês, viu, queridas? Minhas mulheres todas limpinhas. Obrigada.”
Ela se apresenta como dona de boates e costuma publicar vídeos mostrando bastidores do trabalho. Em outros conteúdos, aparece orientando funcionárias e até negociando valores. Há três dias, por exemplo, respondeu a um comentário que perguntava se “só o sexo oral sai mais barato?”.
Ao Campo Grande News, Franciele disse que prefere não ser chamada de cafetina, embora o termo seja usado por quem acompanha seus vídeos. “Não me considero cafetina, porque acho isso muito forte. Antigamente, cafetina era considerada dona de zona, que explorava as meninas, né?”, disse. Também prefere descartar nomes "antigos" como bordel ou zona. "Aqui usamos boate , casa de massagem cabaré", diz.
Apesar de o tempo todo se referir às garotas de programa como "minhas meninas", Franciele garante que não se trata de uma casa de prostituição. "A gente não ganha nada das meninas. O dinheiro delas é livre. A gente ganha vendendo bebida. Elas não fazem o programa na casa."
Pela legislação brasileira, o termo “cafetina” está relacionado ao crime de exploração da prostituição. O artigo 228 do Código Penal define como crime “induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou impedir que alguém a abandone”, com pena que pode chegar a oito anos de prisão. A prostituição em si, no entanto, não é crime; o que é ilegal é obter lucro explorando o trabalho sexual de outras pessoas.
A equipe de reportagem do Campo Grande News conversou com o delegado titular da cidade, Ciro Carlos Jales, que confirmou que a Polícia Civil está ciente da publicação e já apura o caso.
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