Carro-bomba de facção tinha explosivo para destruir um quarteirão
Veículo, que seria do Comando Vermelho, tinha 30 quilos de dinamite e foi destruído no Paraguai; outros 54 quilos de explosivos foram retirados do carro; três bandidos que planejavam resgatar traficante brasileiro foram mortos
O carro-bomba que seria usado na tentativa de resgate do narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, um dos principais chefes do Comando Vermelho no Paraguai, tinha capacidade para destruir um quarteirão inteiro.
De acordo com o ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, se o carro fosse detonado na sede da Agrupación Especializada, no centro de Assunção, onde Piloto está preso, poderia matar uma centena de pessoas.
Encontrado pela polícia paraguaia na madrugada de hoje com três membros do Comando Vermelho em uma casa na cidade de Presidente Franco, o carro-bomba estava carregado com 84 quilos de dinamite em gel.
O grupo antibomba da polícia paraguaia conseguiu retirar pelo menos 54 quilos. O restante do explosivo não pode ser retirado do carro por medida de segurança.
O carro foi levado para uma lavoura de soja no Departamento (estado) de Alto Paraná e detonado. A explosão provocou uma nuvem de fumaça e estilhados foram lançados a dezenas de metros, como mostra o vídeo abaixo.
Esse é o segundo plano de resgate de Marcelo Piloto descoberto no Paraguai em 20 dias. No dia 4 deste mês, agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) chegaram a um esconderijo em Assunção, onde prenderam cinco cariocas, entre eles a companheira do bandido carioca, Marisa de Souza Penna, 24.
Na casa foi encontrado armamento de guerra, como fuzis, pistolas, bombas e grande quantidade de munição, inclusive de metralhadora calibre 50.
Extradição – Após a descoberta do segundo plano de resgate, a Justiça do Paraguai informou que ainda aguarda processos envolvendo Marcelo Piloto, para decidir sobre a extradição.
Caso seja condenado naquele país, ele só poderá ser extraditado após cumprir a pena, como ocorreu com outro narcotraficante brasileiro, o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão.
Em dezembro do ano passado, Pavão foi extraditado para o Brasil após cumprir oito anos de prisão por lavagem de dinheiro no Paraguai. Atualmente cumpre 25 anos de prisão no Presídio Federal de Mossoró (RN).