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Interior

Clínica volta a atender oncologia, mas cobra R$ 1,1 milhão de hospital

Secretário comemorou decisão da Justiça que determinou pagamento diretamente ao Centro de Tratamento de Câncer

Helio de Freitas, de Dourados | 15/07/2016 11:23
Hospital do Câncer de Dourados (Foto: A. Frota)
Hospital do Câncer de Dourados (Foto: A. Frota)

O tratamento de pacientes de oncologia deve ser retomado semana que vem no Hospital do Câncer de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande e que presta assistência pelo SUS (Sistema Único de Saúde) a moradores de 32 municípios da região.

Nesta semana, o juiz da 6ª Vara Cível, José Domingues Filho, acatou pedido do Ministério Público e determinou que o CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados), que gerencia o Hospital do Câncer, e o Hospital Evangélico – instituição credenciada pelo Ministério da Saúde – retomassem o quanto antes o atendimento aos pacientes.

Serviços de quimioterapia e radioterapia foram afetados pela disputa judicial entre o Evangélico e o CTCD, empresa terceirizada pelo hospital para atender os pacientes com câncer. A clínica cobra R$ 1,1 milhão do Evangélico, dívida que seria de serviços prestados e não pagos.

“Os atendimentos vão ser retomados o quanto antes, mas ainda estamos ajustando com a Secretaria de Saúde”, informou ao Campo Grande News um dos diretores do CTCD, Davi Infante Vieira.

Solução provisória – Já o secretário de Saúde de Dourados, Sebastião Nogueira, disse que a decisão da Justiça foi um pedido feito pelo município ao Ministério Público como saída para a crise da oncologia e representa uma solução, mesmo que provisória, para a garantia dos serviços de radioterapia e quimioterapia.

“O que interessa é o atendimento dos pacientes, que já estavam sem atendimento por causa dessa briga do Evangélico e o centro de tratamento, que não se entendem. Com a decisão judicial, o município poderá pagar diretamente ao CTCD pelos serviços prestados”, afirmou Nogueira.

O secretário disse que o próximo passo é abrir a licitação para credenciar outra empresa responsável pelo atendimento de alta complexidade em oncologia, mas o processo é demorado. “Os pacientes não podiam esperar, por isso considero a decisão da Justiça importante porque permite a retomada imediata dos atendimentos que estavam suspensos”.

Credenciado não paga prestador – Segundo Sebastião Nogueira, a origem de todo o problema é porque o Evangélico terceirizou o serviço de oncologia para o CTCD, mas por causa da crise financeira que enfrenta há anos deixou de repassar o dinheiro repassado pelo SUS para atender os pacientes com câncer.

“A decisão nos autoriza a pagar diretamente ao Centro de Tratamento de Câncer pelo serviço que a clínica realizar. Agora vamos definir em acordo com os dois quais serviços cada um vai fazer, já que o Evangélico também faz atendimento de oncologia. Se não tiver acordo, vamos arbitrar”, explicou o secretário.

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