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Interior

Deputados escoltam Bacha e índios dão novo prazo para retirar gado

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 23/05/2013 17:46
Da  esquerda, presidente da Assembleia, Jerson Domingos e o verador Cleidinaldo, do meio, que  negociou com os indígenas. (Foto: Simão Nogueira)
Da esquerda, presidente da Assembleia, Jerson Domingos e o verador Cleidinaldo, do meio, que negociou com os indígenas. (Foto: Simão Nogueira)
A reunião foi à base de café e capuccino. (Foto: Simão Nogueira)
A reunião foi à base de café e capuccino. (Foto: Simão Nogueira)

Os índios deram um novo prazo para que o ex-deputado Ricardo Bacha, dono da fazenda Buriti, retire o gado e móveis da propriedade rural. Agora, os terenas vão aguardar até a próxima quarta-feira, data da audiência sobre o caso na Justiça Federal.

Na sessão desta quinta-feira, Bacha declarou na tribuna da Assembleia que tinha até às 17h para retirar 350 cabeças de gado da propriedade. A situação do produtor rural mobilizou a classe política, que rumou em comitiva para Sidrolândia nesta tarde.

Foram para o município vizinho a Campo Grande o presidente da Assembleia, Jerson Domingos (PMDB), a deputada Mara Caseiro (PTdoB) e os deputados Cabo Almi (PT), Rinaldo Modesto (PSDB), Lídio Lopes (PP), além do presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia. 

Como os índios proibiram a entrada de fazendeiros e imprensa, apenas Lídio Lopes e o vereador terena Cleidinaldo Cotócio (PP) seguiram para a Buriti. O restante do grupo ficou no posto Pé de Cedro, na avenida principal de Sidrolândia. A reunião foi à base de café e capuccino.

Os terenas permitiram somente a entrada do vereador e se comprometeram a não tocar no gado nem nos móveis da sede até o dia da audiência. “Tem dois mil guerreiros, mulheres, crianças. E disseram que não vão sair de lá”, relata Cleidinaldo.

Segundo Ricardo Bacha, não há como retirar os bois. “É gado gordo. Não foram vacinados, não tem como tirar de lá”, afirma. O fazendeiro reforça que está disposto a vender a área. Na disputa fundiária em Mato Grosso do Sul, os proprietários pedem indenização pela terra nua. Por enquanto, oficialmente, a União só paga pelas benfeitorias.

A invasão de quatro fazendas começou no último dia 15. Em seguida, veio ordem para que os índios saíssem das propriedades até às 15h de sábado. Em vez de sair, eles cercaram a sede da Buriti. “Soltaram bombas e rojões, cortaram a energia elétrica, arrombaram a porta”, conta Bacha.

Em nota, a PF (Polícia Federal), declarou que “comissão formada por representantes da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal, após vistoria, constatou que o prédio sede da fazenda Buriti não foi invadido, saqueado ou depredado”. Na ocasião, a imprensa não teve acesso à fazenda. Os índios estavam com porretes, facões e encapuzados. 

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