Dono do morro, traficante morto usava cidade de MS para levar armas ao Rio
Segundo polícia carioca, Ponta Porã era porta de entrada de drogas e armas compradas por Philip Gregório
Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, na linha internacional com o Paraguai, voltou a ser citada em investigação midiática da polícia brasileira. Dessa vez, a cidade separada por uma rua de Pedro Juan Caballero é apontada como porta de entrada de drogas e armas compradas pelo traficante carioca Philip da Silva Gregório, 37, o “Professor”.
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Traficante carioca usava Ponta Porã (MS) para compra de armas e drogas. Philip da Silva Gregório, conhecido como "Professor", era o chefe do tráfico no Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão (RJ). Ele foi encontrado morto com um tiro na cabeça, e sua amante afirma que foi suicídio. "Professor" liderava um esquema de lavagem de dinheiro que envolvia eventos culturais, influenciadores digitais e empresas de fachada. O dinheiro era enviado para Mato Grosso do Sul, de onde o Comando Vermelho, facção criminosa à qual ele pertencia, adquiria armas e drogas. A investigação aponta Ponta Porã como a porta de entrada desse armamento ilegal, que abastecia a guerra entre facções no Rio de Janeiro.
Considerado o Dono do Morro Fazendinha, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, “Professor” montou rede de lavagem de dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho. Philip Gregório foi encontrado morto com tiro na cabeça, na noite de domingo (1º). A amante dele, de 25 anos, disse que o traficante tirou a própria vida durante surto sob efeito de álcool.
De acordo com a Polícia Civil carioca, o esquema controlado por “Professor” começava em eventos culturais na comunidade, incluía influenciadores digitais e envolvia empresas de fachada, usadas para fornecer o dinheiro que chegava em espécie a Mato Grosso do Sul, de onde a facção levava drogas e armas de guerra usadas nos confrontos com a polícia e bandidos rivais nos morros do Rio.
Nesta terça-feira (3), a influenciadora e empresária Vivi Noronha, 22, foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro por suspeita de ligação com a lavagem de dinheiro do Comando Vermelho.
Ela é mulher do cantor de funk Poze do Rodo, preso na semana passada acusado de apologia ao crime e solto hoje. Os dois casos não possuem ligação direta e são investigados em inquéritos distintos.
Operação Dakovo – Conforme o MPF (Ministério Público Federal), “Professor” era um dos compradores das armas de guerra trazidas de países europeus para o território paraguaio e depois vendidas a bandidos brasileiros, com participação de empresas de fachada e autoridades militares do Paraguai.
O esquema foi descoberto pela Operação Dakovo, deflagrada em dezembro de 2023 pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e pela Polícia Federal brasileira.
Denúncia do MPF no âmbito da operação revela que Philip Gregório mantinha contato direto com vendedores paraguaios ligados à empresa IAS (International Auto Supply), controlada pelo contrabandista de armas argentino Diego Hernán Dirisio.
Detentor dos contatos na América do Sul para comprar fuzis e pistolas de alto poder de fogo, introduzidos em território brasileiro a partir de Ponta Porã, “Professor” assumiu o fornecimento de armas usadas pelo Comando Vermelho na guerra para retomar comunidades em poder da milícia na Zona Oeste do Rio.
Philip Gregório tinha 65 anotações criminais. Começou oficialmente no crime em 2012, como espécie de contador do tráfico. Foragido desde 2018, após saída temporária, era alvo de três mandados de prisão.
Atualmente usava medicamentos controlados para tratamento de depressão. Mesmo assim continuava consumindo bebida alcoólica e “virava a noite” em festas no Complexo do Alemão. A suspeita é que sua condição de saúde tenha contribuído para levá-lo a atirar na própria cabeça, na frente da amante com quem tinha uma filha pequena.
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