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Interior

Em diligência, promotores encontram UPA lotada e sem medicamentos

Também foram verificadas irregularidades no controle de ponto dos servidores; médico já tinha assinado folha de presença

Helio de Freitas, de Dourados | 07/07/2017 15:26
Promotores Etéocles Júnior (à esquerda) e Ricardo Rotunno (à direita) durante vistoria na UPA de Dourados (Foto: Divulgação)
Promotores Etéocles Júnior (à esquerda) e Ricardo Rotunno (à direita) durante vistoria na UPA de Dourados (Foto: Divulgação)

O Ministério Público encontrou irregularidades na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Dourados durante vistoria feita ao local na terça-feira (4). Falta de medicamentos e a folha de presença de um dos médicos já preenchida estão entre os problemas apontados pelos promotores Etéocles Brito M. D. Júnior e Ricardo Rotunno.

De acordo com informações divulgadas hoje (7) pela assessoria do MP, no momento a unidade estava lotada e muitas pessoas esperavam atendimento em pé do lado de fora. A UPA fica na Avenida Coronel Ponciano, perto do estádio Douradão.

Ricardo Rotunno disse que no local existem, máquinas de ponto biométrico já em operação, uma para servidores celetistas e outra para profissionais de medicina, mas alguns continuam preenchendo a folha de frequência.

Folha preenchida – “Alguns médicos assinam como forma de comprovar documentalmente o cumprimento da carga horária em caso de falha do sistema, mas foi detectada inconsistência nas informações referentes à escala de trabalho do médico Gustavo Lara, uma vez que já havia assinado os horários de entrada e saída do plantão antes do fim do expediente”, afirmou o promotor.

Seis médicos atendiam na UPA no momento da vistoria, sendo três na ala verde, dois pediatras, e um médico na ala amarela.

Etéocles Júnior afirma que foi constatada falta de medicamentos, deficiência na escala dos plantões pediátricos e o setor de serviço social da UPA não funciona no período noturno.

O diretor clínico da UPA acompanhou parte da diligência e prestou esclarecimentos às indagações dos promotores. Ele informou sobre as dificuldades que a equipe médica enfrenta para organizar a escala de plantões com a carga horária

Segundo o diretor, as dificuldades ocorrem por questões operacionais do software, obrigando a recorrer ao controle manual. Sobre os medicamentos, disse que são licitados pela Funsaud (Fundação de Serviços da Saúde), órgão que administra a UPA e o Hospital da Vida.

Sobre a alimentação fornecida aos funcionários com expediente superior a oito horas diárias, a direção informou que são 32 marmitas por noite e que houve relativa melhora na qualidade da alimentação. A empresa anterior chegou a fornecer alimentos estragados, segundo os relatos aos promotores.

Ainda segundo o diretor clínico, a UPA está sem contrato com laboratórios há pelo menos dois meses, por isso o Hospital Evangélico foi contratado, sem licitação, em caráter excepcional, para fazer os exames laboratoriais.

“Já foi instaurado um procedimento administrativo e, com as constatações das inúmeras irregularidades, vão ser instaurados inquéritos civis para melhorar os plantões dos pediatras, falta de medicação e controle da classificação de risco”, explica o MP.

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde foi procurada para falar sobre o caso, mas não se manifestou.

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