Em meio a conflito, ônibus escolar indígena é incendiado em Miranda
Um ônibus escolar que transporta alunos da aldeia Cachoeirinha, em Miranda, foi incendiado na madrugada desta quinta-feira. O veículo estava vazio. Em 2011, um ônibus com alunos indígenas foi atacado com coquetéis molotov. Na ocasião, seis pessoas ficaram feridas e uma estudante morreu no hospital.
De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), no episódio de hoje, o ônibus estava estacionado em frente da casa do motorista. "Ele [responsável pelo transporte] ligou pra mim e falou: 'eu não tenho problema com ninguém, não tenho concorrente. Por que alguém faria isso?'. E tem essas ameaças dos fazendeiros do dia 30. Então estamos muito preocupados com essa situação", relatou o cacique da Cachoeirinha, Adilson Terena.
Dia 30, próximo sábado, foi definido como data limite para uma solução pacífica no conflito por terra em Mato Grosso do Sul. No início do mês, segundo a Agência Brasil, o representante da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonatan Pereira Barbosa, alertou senadores sobre o risco de um “derramamento de sangue” se a União não apresentar uma solução para a questão fundiária dentro do prazo.
Nos cálculos do governo estadual, o preço para a paz no campo vai de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão. O montante seria destinado à indenização pelas fazendas.
Desde maio, quando a reintegração de posse da fazenda Buriti, em Sidrolândia, resultou na morte do terena Oziel Gabriel, o ministro da Justiça e integrantes do primeiro escalão do governo federal protagonizaram diversas reuniões sobre o conflito. No entanto, depois de diversas propostas, não há plano concreto de solução.