ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Interior

Estudantes voltam a ocupar escola em protesto contra ações do governo

Manifestação foi retomada hoje, cinco dias depois da primeira ocupação, e aulas na Escola Nova Itamarati estão suspensas

Helio de Freitas, de Dourados | 24/10/2016 08:43
Ocupação de escola foi retomada hoje (Foto: Caroline Borralho)
Ocupação de escola foi retomada hoje (Foto: Caroline Borralho)
Cartaz colocado em escola ocupada em Ponta Porã (Foto: Caroline Borralho)
Cartaz colocado em escola ocupada em Ponta Porã (Foto: Caroline Borralho)

Alunos do terceiro ano do ensino médio da Escola Nova Itamarati, localizada no distrito de mesmo nome, em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, retomaram na manhã de hoje (24) o protesto contra medidas adotadas pelo governo Michel Temer (PMDB), entre as quais a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que limita os gastos da União.

Caroline Borralho, uma das coordenadoras do protesto, disse que a escola foi novamente ocupada porque a segunda votação da PEC na Câmara dos Deputados está prevista para esta semana.

“Ou param com os cortes ou paramos com o Brasil”, “Queremos escolas e hospitais no padrão Fifa” e “O aluno acordou” são algumas mensagens escritas nos cartazes colados na fachada da escola.

Pelo menos 80 alunos do ensino médio participam da ocupação. Com dois mil estudantes, a Nova Itamarati, localizada no núcleo urbano do distrito, é uma das maiores escolas rurais do Brasil.

Com 15 mil habitantes, o distrito de Nova Itamarati foi criado no ano passado na área formada pelos assentamentos rurais criados após a desapropriação da fazenda que pertencia ao ex-rei da soja, Olacyr de Moraes (morto em junho de 2015).

Durante a manifestação da semana passada, os alunos reclamaram do tratamento de uma supervisora da Secretaria de Estado de Educação.

Eles deveriam ter desocupado a escola na manhã de quarta (19), mas só saíram no fim da tarde em protesto ao que chamaram de “desdém” da servidora.

“Veio subestimando o assentamento, nosso movimento, como se fossemos vândalos. O jeito que ela falou com a gente é como se estivéssemos aqui matando aula, ferindo a Constituição, sendo que é algo que está sendo feito em mais de 600 escolas pelo Brasil", afirmou Caroline Borralho.

Segundo ela, o protesto tem como objetivo mostrar que os jovens da área rural também têm voz. “Nossa mobilização é apartidária, não é contra pessoas, nem políticos”.

Nos siga no Google Notícias