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Interior

Ex-secretário de Saúde deixa presídio hoje para 2º dia de depoimentos

Renato Vidigal está preso há três meses e cinco dias, acusado de comandar corrupção na Secretaria de Saúde de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 11/02/2020 10:09
Então secretário de Saúde, Renato Vidigal fala em evento do Outubro Rosa, em 2017 (Foto: A. Frota/Divulgação)
Então secretário de Saúde, Renato Vidigal fala em evento do Outubro Rosa, em 2017 (Foto: A. Frota/Divulgação)

O ex-secretário municipal de Saúde Renato Oliveira Garcez Vidigal deixa na tarde desta terça-feira (11), pela segunda vez nesta semana, a cela que ocupa no raio I da penitenciária estadual, para acompanhar o segundo dia de depoimentos de testemunhas. Os depoimentos começaram ontem na sede da Justiça Federal na Rua Ponta Porã, região norte de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Acusado de comandar esquema de corrupção que teria desviado pelo menos meio milhão de reais em dinheiro da saúde pública, o médico foi preso no dia 6 de novembro do ano passado, na segunda fase da Operação Purificação, da Polícia Federal.

Apontado como sócio dele na empresa de fachada contratada para fornecer marmitas à Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), o ex-diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde Raphael Henrique Torraca Augusto, o “Pardal”, também está preso desde novembro.

Além deles, são réus na ação penal Ronaldo Gonzales Menezes, “testa-de ferro” na empresa que fornecia refeições para a Secretaria de Saúde, e as ex-funcionárias da pasta, Dayane Jaqueline Foscarini Winck e Sandra Regina Soares Mazarim, mulher de Raphael. Os três estão em liberdade. Ronaldo fez delação premiada e colaborou nas investigações.

Ontem, Vidigal e Pardal foram levados pela escolta do presídio ao Fórum da Justiça Federal para acompanhar os depoimentos de oito testemunhas de acusação.

Além do delegado da Polícia Federal Denis Colares de Araújo, que presidiu o inquérito e prendeu Vidigal em novembro, foram ouvidos ontem Eduardo Daniel Brutti, Raphael Luiz Teles, Ézio Rodrigues Ferreira, Felipe Palhano Costa, Everaldo Kill, Vera Lúcia Soares de Almeida e Crélio Escobar Gomes.

Hoje os depoimentos começam às 15h30 e serão ouvidas mais seis testemunhas de acusação: Sandro Cassiano Ducci, Marcos Paulo Gabiati de Souza, Mariana Azambuja, Radharani Bueno Moreira Lopes Danyelle Radaelli de Assis e Miguela Martins Barbosa, também arrolada como testemunhas de defesa de Sandra Mazarim.

Em dezembro do ano passado, a ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul recebeu denúncia anônima contra Marcos Gabiatti, acusado de forjar depoimento para incriminar Renato Vidigal.

Documentos obtidos naquele mês em primeira mão pelo Campo Grande News revelaram que a trama para prejudicar Vidigal envolveu o ex-diretor da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) Américo Monteiro Salgado Junior e Marcos Gabbiatti. Os dois foram ouvidos como testemunhas na investigação que levou à prisão de Renato Vidigal.

As denúncias foram feitas alguns dias antes de Renato Vidigal ser flagrado com telefone celular na cela especial que ocupava na Penitenciária Estadual de Dourados. O aparelho foi apreendido pelos policiais penais e entregue à Polícia Federal. A reportagem apurou que Vidigal é apontado como autor da denúncia ao MP.

Os depoimentos de testemunhas arroladas pela acusação e defesa seguem até o dia 18 deste mês. Foram 48 testemunhas convocadas no dia 16 de janeiro. Ontem, o juiz da 1ª Vara Federal convocou mais uma testemunha, Ronnie Carlos Costa Ferreira. O depoimento dele foi marcado para o dia 17.

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