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Interior

Há 242 anos nascia Miranda, guardiã contra os avanços dos espanhóis

Em 1778 área foi escolhida a dedo pelos colonizadores ao lado de um rio que já teve dois nomes diferentes e hoje é o Rio Miranda

Izabela Sanchez | 16/07/2020 09:54
Região histórica de Miranda com a Igreja em destaque (Foto: Divulgação/O Pantaneiro)
Região histórica de Miranda com a Igreja em destaque (Foto: Divulgação/O Pantaneiro)

Em 1778 João Leme do Prado batia os olhos na terra que hoje, 242 anos depois, chamamos de Miranda, a 201 km de Campo Grande. Uma das cidades mais antigas de Mato Grosso do Sul e entreposto de aventureiros desde a idade média, a cidade surgiu porque era preciso segurar o avanço de espanhóis e dos bandoleiros castelhanos nas terras do Império português. Nesta quinta-feira (16) Miranda faz aniversário.

A história, narrada no portal da Prefeitura, é contraponto à idade hipermoderna que trouxe uma pandemia e vítimas à cidade em 2020. Este ano, o aniversário é em silêncio. É o que comentou o prefeito Edson Moraes ao site O Pantaneiro. Miranda passa a data sem festa, pelo risco de contágio e decretou ponto facultativo nesta quinta-feira (16) e sexta-feira (17).

A migração tão extensa de um vírus que chegou até a cidade depois de surgir na China não é o primeiro contato dessa terra com quem se aventurava muito longe da origem. Já no século XVI, segundo historiadores contam, a região era passagem de quem sonhava com as lendas da prata na região do que hoje é o Peru. Faz sentido ao ver que Mato Grosso do Sul é uma das terras no coração entre o Brasil, colonizado majoritariamente por portugueses, e os vizinhos, por espanhóis. Cenário de disputas de poder.

João Leme do Prado escolher seu local de povoamento para salvaguarda da Coroa portuguesa exatamente no dia 16 de julho. Além de povoado, ergueu-se presídio. Nenhum colonizador, por outro lado, encontrou as terras vazias. Índios de diversas etnias estavam por aqui e foram também os moradores da vila que começava. Até hoje Miranda é morada de várias aldeias Terena.

É de grupos indígenas que vem o primeiro nome do rio Miranda. Miranda, aliás, é o terceiro nome dado a essas águas. Mbotetei era o rio, mas foi depois alterado para Mondego por João Leme do Prado no século XVIII. À época, o governador da província era Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. O futuro da região foi uma missão que ficou para o irmão de João.

“Em 1797 o Capitão Francisco Rodrigues do Prado foi encarregado da missão da fundação e construção do Presídio (fortificação), tendo escolhido o mesmo local onde, dezenove anos antes, seu irmão dera início à colonização da região e fundado o povoado de Nossa Senhora do Carmo do Rio Mondego. Francisco Rodrigues do Prado desembarcou no povoado de Mondego em 15 de outubro e no dia 20 de outubro escolheu o local da construção do Presídio, 600 metros da beira do Rio Mondego, para fugir aos efeitos das inundações”, cita o site da Prefeitura, sobre a história da cidade.

É por isso, aliás, que hoje também é comemorado o dia de Nossa Senhora do Carmo, a Padroeira do município.

E o nome? – Veio de famílias do norte do Mato Grosso que deixaram a região para fixarem moradia no povoamento, já em 1834. Em 1857, no dia 30 de Maio, a Vila ganha o nome de Miranda, em homenagem ao ex- Governador da Província de Mato Grosso Caetano Pinto de Miranda Montenegro.

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