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Interior

Mãe de adolescente morta procurou bombeiros para defender genro após homicídio

Marido disse que matou a jovem, de 15 anos, para defender o enteado de 1 ano e 4 meses

Aletheya Alves | 02/12/2020 17:07
Adolescente, de 15 anos, morta no chão da sala. (Foto: Divulgação/Caarapó News)
Adolescente, de 15 anos, morta no chão da sala. (Foto: Divulgação/Caarapó News)

Horas depois da filha, de 15 anos, ser morta com golpe de mata-leão, a mãe foi até a unidade do Corpo de Bombeiros de Caarapó para defender genro, de 22 anos. De acordo com os bombeiros, a mulher procurou a equipe por volta das 7h, 4 horas depois do crime.

À frente da guarnição que atendeu ocorrência, o sargento Tiburcio Viana relata que os bombeiros realizavam serviços no quartel quando a mãe da vítima foi até o local. “Ficamos pasmos porque ela veio tentar ajudar ele, veio aqui defender”, diz.

Antes mesmo de procurar a polícia, a mulher foi até os bombeiros para entender o que houve e relatou aos militares que a filha tinha problemas. “Ela disse para a gente que o rapaz era trabalhador, que mesmo sabendo da doença dela, assumiu ela”.

Cena que chamou atenção registrada em foto começou por volta das 3 horas da manhã para os bombeiros. Antes de ficar na sala da família, segurando o enteado enquanto observava o corpo da esposa no chão e ser fotografado, o homem acionou socorro, de acordo com sargento Viana.

Ele ligou com medo, dizendo “acho que matei minha mulher”. A gente nem entendeu porque vemos tantos casos de feminicídio, como assim diz que achava ter matado.

Chegando ao local, a equipe foi atendida no portão pelo homem e encaminhada até o interior da casa. “Ele disse que ela não estava respirando e começou a ficar desesperado. Quando falamos que ela estava morta, ele ficou segurando choro e disse “eu não queria fazer isso, mas o que eu iria fazer?”.

Aos bombeiros, o homem relatou que havia discutido com a esposa durante a noite e, que em determinado momento, ela teria ameaçado machucar o filho de 1 ano e 4 meses. Depois disso, ela teria ido para cima dele com um facão e ele deu um soco seguido por mata-leão para tentar fazer com que ela desmaiasse.

Ainda de acordo com o sargento Viana, durante todo o tempo, até chegada da polícia, a criança ficou com o padrasto. “Tentamos tirar a criança, mas ele não deixava. Achamos até estranho quando descobrimos que ele não era pai biológico”.

Homicídio - Equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e Perícia Técnica foram até a residência para investigações. Responsável pelo caso, delegado titular de Caarapó, Erasmo Bruno de Mello Cubas informou que o autor foi preso em flagrante pelo crime de homicídio e que qualquer análise posterior de legítima defesa ou excludente de licitude ficará a cargo do poder judiciário.

Já a criança está sob responsabilidade do pai biológico. Sobre o crime se encaixar como feminicídio, Cubas explicou que não houve nenhum indicativo, elemento ou informação apurada pela delegacia que levasse à categorização de violência de gênero.

Testemunhas estão sendo ouvidas, como a mãe do autor e da vítima. Na casa também foram encontrados remédios e atestados, comprovando que a adolescente apresentava transtornos psiquiátricos e fazia tratamento.

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