Para tirar crianças das ruas, campanha tenta acabar com esmola em semáforo
Segunda fase da campanha “Não dê esmola, promova cidadania”, foi lançada hoje após aumento de crianças pedindo dinheiro nas ruas
Foi lançada hoje (9) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, a segunda etapa da campanha “Não dê Esmola, Promova Cidadania”, que incentiva os douradenses a não darem dinheiro a pessoas que ficam nos cruzamentos da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. A esperança é que, sem a esmola, crianças e adolescentes procurem os programas de inclusão oferecidos pela rede de assistência social.
Cartazes da campanha, com a marca de uma mão em vermelho e a frase “não dê esmola”, foram afixados nos principais cruzamentos da área central. Segundo o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o número de crianças nas ruas pedindo dinheiro aumentou nos últimos tempos.
Pelo menos 20 crianças em situação de rua foram identificadas em Dourados, mas haverá um levantamento mais detalhado, que deve ficar pronto em 15 dias.
Além de incentivar a população a não dar dinheiro, a campanha vai diagnosticar a situação de crianças em situação de mendicância ou abandono para terem acesso aos serviços de inclusão.
De acordo com o secretário de Assistência Social Landmark Ferreira Rios, o objetivo é sensibilizar as pessoas sobre a influência negativa de dar esmolas nos semáforos ou áreas públicas da cidade.
“Existe uma polêmica muito grande sobre dar ou não esmolas. Dar esmolas às crianças traz uma série de violações, como a evasão escolar, a prostituição, a exploração infantil e até mesmo pode ocasionar o tráfico de crianças”, afirmou.
A presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente Francele Dutra Rosa, disse que aumentou a incidência de crianças nos semáforos de Dourados. “A campanha vai ajudar a buscar respostas e mostrar como a sociedade poderá ajudar essas crianças e as respectivas famílias a sair dessa situação”, afirmou ela.
A conselheira Janine Matos Cerveira disse que o Conselho Tutelar vai aplicar questionários para diagnosticar cada situação das crianças que estão nas ruas. Já o promotor Luiz Gustavo Camacho Terçariol, disse que o Ministério Público apoia o projeto, mas vai manter a função fiscalizadora. “É necessário envolvimento de todos, comprometidos para que este projeto corra bem”.