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Interior

Pistoleiros que mataram cabo da PM levaram imagens de câmeras e celulares

Dona da casa foi trancada no quarto por um dos bandidos; amigo de PM ficou ferido

Helio de Freitas, de Dourados | 18/08/2021 09:43
Policiais na casa onde cabo da PM foi morto a tiros ontem à noite, em Dourados. (Foto: Adilson Domingos)
Policiais na casa onde cabo da PM foi morto a tiros ontem à noite, em Dourados. (Foto: Adilson Domingos)

A execução do cabo da Polícia Militar Elton da Silva Moura, 36, foi muito bem planejada e colocada em prática de forma a dificultar ao máximo a identificação dos autores. Essa é a primeira constatação de policiais que investigam o caso.

Ex-integrante do batalhão ambiental e do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e citado em investigações sobre a máfia do cigarro, o cabo Moura foi morto na noite desta terça-feira (17), em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Os dois homens que invadiram a casa onde o policial estava, tiveram cuidado até mesmo de recolher o arquivo com as imagens das câmeras de segurança do local.

Antes dos tiros, também recolheram os celulares do PM, do amigo dele e dono da casa Herberte Gonçalves Mareco, 36, e da mulher de Herberte, identificada como Bruna.

Ex-presidiário condenado por tráfico e, atualmente, monitorado por tornozeleira eletrônica, Herberte foi ferido no ombro e de raspão na cabeça e está internado no Hospital da Vida.

Outro detalhe que demonstra o minucioso planejamento do crime, foi a destruição do carro usado pelos dois pistoleiros para chegarem à casa, localizada no cruzamento das ruas Rouxinol e Rio Brilhante, no Jardim Vista Alegre, região sul de Dourados.

O Renault Sandero preto foi abandonado em chamas no BNH 4º Plano, a menos de 2 km do local da morte. Incendiar carros usados em execuções é prática comum na fronteira entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Policiais ao lado do carro do cabo Moura, estacionado em frente ao local do crime. (Foto: Adilson Domingos)
Policiais ao lado do carro do cabo Moura, estacionado em frente ao local do crime. (Foto: Adilson Domingos)

“Visita” – Bruna, mulher de Herberte, disse à Polícia Civil que ele e o cabo Moura chegaram em casa por volta de 8h45 e o marido lhe falou que iriam “receber um cara”. Posteriormente, ela disse ter ouvido barulho no portão.

Em seguida, quando já estava no quarto, Bruna afirmou que homem armado invadiu o cômodo dizendo “me dá o celular que não vou fazer nada com você”. A mulher acredita que, nesse momento, Elton Moura e Herberte já estavam rendidos pelo outro bandido, na área gourmet da casa.

Depois de ser trancada no quarto, a mulher disse ter ouvido gritos e tiros. Quando saiu do quarto, encontrou o marido pedindo socorro.

Segundo o depoimento de Bruna, Herberte pediu que ela o levasse até a casa de seu pai, um policial militar da reserva, no Bairro Izidro Pedroso, onde ele foi socorrido ao Hospital da Vida. Em depoimento a policiais militares que foram ao hospital, Herberte disse que não conhece os dois homens que invadiram a casa.

Ele também informou que ao perceber os pistoleiros armados, saiu correndo para a rua, momento em que os bandidos atiraram em sua direção e o acertaram no ombro e de raspão na cabeça. A suspeita é que o objetivo dos atiradores era executar os dois amigos.

Ao lado do corpo do cabo Moura, os policiais civis recolheram 16 cápsulas deflagradas de pistola 9 milímetros, projéteis, óculos quebrados, que seriam da vítima, e a carteira do policial com R$ 470 em dinheiro, além de notas espalhadas no chão.

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