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Interior

"Pitbull" é condenado a 21 anos por ataque que deixou policial paraplégico

Sentença foi proferida depois de 10 horas de julgamento, em Dourados

Por Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 28/11/2024 20:10
Fabiano Nere Santana, o "Pitbull", sentado no banco dos réus. (Foto: Leandro Holsbach)
Fabiano Nere Santana, o "Pitbull", sentado no banco dos réus. (Foto: Leandro Holsbach)

Fabiano Nere Santana, de 33 anos, conhecido como “Pitbull”, foi condenado a 21 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, durante o início da noite desta quinta-feira (28), em juri que perdurou 10 horas. O réu foi considerado culpado pela tentativa de homicídio que deixou o policial penal Enderson Antônio Bogas Severi paraplégico.

Conforme os autos processuais, o júri reconheceu que Fabiano foi um dos atiradores que dispararam contra Severi, em uma ação coordenada por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). A decisão também apontou agravantes como premeditação e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Na tentativa de assassinato, Severi sofreu lesões graves que resultaram em paraplegia permanente.

A defesa de Fabiano, no entanto, alegou insuficiência de provas e negou sua participação nos disparos. Durante o julgamento, sustentou que a identificação do réu foi baseada em informações contraditórias e apontou que não havia evidências concretas de que ele estivesse no local do crime. Além disso, pleiteou a absolvição e, subsidiariamente, uma redução significativa da pena.

Já o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que conduziu a acusação, argumentou que haviam sim elementos robustos para comprovar a autoria do réu, incluindo depoimentos de testemunhas e provas coletadas durante a investigação. A promotoria destacou o planejamento detalhado do crime e o vínculo de Fabiano com o PCC, que ordenou o ataque como retaliação contra agentes do sistema penitenciário.

Local onde policial penal foi executado. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Local onde policial penal foi executado. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Entenda o caso - O julgamento encerra o processo contra os envolvidos no atentado ocorrido em 31 de agosto de 2016, em Naviraí, município a 359 quilômetros de Campo Grande. A investigação policial revelou que a ordem para assassinar Severi foi dada durante o chamado “salve geral”, iniciado após rebelião liderada pela facção na Penitenciária de Segurança Máxima da cidade.

Quando seguia para o trabalho de carro pela Avenida Ponta Porã, o policial foi cercado por quatro homens em duas motos e ferido com quatro tiros. Os ferimentos ocasionaram traumatismo raquimedular, com lesão de vértebra dorsal e consequente paraplegia permanente. Atualmente aposentado, ele usa cadeiras de rodas e andador para se locomover.

Outros cinco envolvidos no crime já foram condenados. Edson dos Santos Bonfim, 30, o “Perturbado”, foi condenado a 14 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão. Claudio Peralta Bernal, 34, foi sentenciado a 18 anos, 1 mês e 15 dias de prisão. Julio Cesar de Souza Rocha, 31, o “Paraguaio”, também foi condenado a 18 anos, 1 mês e 15 dias. Lucas Silva Pimentel, 28, o “Monstrinho”, a 12 anos, 10 meses e 15 dias de prisão.

Apesar da sentença em regime inicial fechado, ganharam o direito de recorrer em liberdade. Cleberton Franco da Silva, 37, conhecido como “Barcelona” e “TNT”, foi sentenciado a 22 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão. O julgamento dele ocorreu em fevereiro de 2022, também em Dourados. Segundo a denúncia do Ministério Público, apresentada com base na investigação da Polícia Civil, Cleberton e Fabiano Nere foram os autores dos tiros. Edson Bonfim e Lucas Pimentel pilotaram as motos. Cláudio Bernal e Julio Cesar emprestaram as armas do crime.

Lucas Pimentel e Cleberton estão recolhidos na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Claudio Bernal é monitorado por tornozeleira eletrônica desde 27 de junho de 2022. Edson Bonfim e Julio Cesar seguem em liberdade desde fevereiro de 2020.

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