Polícia retoma buscas a corpo de homem assassinado pelo ex-cunhado
Clelson Velasques Verón desapareceu no dia 6 deste mês; polícia também procura 2º envolvido no crime
A Polícia Civil retomou nesta segunda-feira (23) as buscas ao corpo de Clelson Velasques Verón, 32, assassinado na madrugada de 6 de outubro na Aldeia Jaguapiru, em Dourados (a 251 km de Campo Grande). Hoje, a carteira dele foi encontrada em área de mata na região do Travessão da Figueira, entre os municípios de Dourados e Itaporã.
Em outra frente, os policiais procuram Luis Gimenes Almirão, o “Birigui”, outro suspeito de participação no crime. O irmão dele, Agnaldo Gimenes Almirão, 47, o “Guina”, foi preso sexta-feira (20) e confessou ter matado Clelson com golpes de barra de ferro na cabeça. Depois, jogou o corpo no mato.
Ele afirmou que o irmão dirigiu a caminhonete usada para levar Clelson até o local do crime, mas não teria participado diretamente do assassinato. No sábado, o juiz plantonista Deyvis Ecco decretou a preventiva de Agnaldo.
Policiais envolvidos nas investigações querem localizar “Birigui” para esclarecer a participação dele no caso e para que o suspeito aponte o local exato onde o corpo foi jogado. “Guina” disse que não se recorda do ponto exato porque estava bêbado.
“Era ele ou eu” – Em depoimento à Polícia Civil, ele confessou o crime e alegou ter matado o ex-cunhado por medo. Clelson teria ameaçado matá-lo, após Agnaldo ter defendido a irmã, ex-mulher da vítima. “Guina” afirmou que a irmã foi agredida com socos e chutes pelo ex-marido na noite do crime, versão negada pela mulher.
Ela confirmou ter discutido com Clelson ao cobrar dele dinheiro para ajudar no sustento dos cinco filhos do casal, mas não confirmou as supostas agressões físicas. A mulher contou que no dia 6 de outubro, ela, os dois irmãos dela e Clelson bebiam juntos na casa da família, na Aldeia Jaguapiru.
Em certa hora da noite, afirmou ter ido dormir com a filha menor. Ao acordar de madrugada, percebeu que a moto do ex-marido estava na casa, mas ele não foi encontrado. Ao perguntar aos irmãos sobre Clelson, os dois disseram que tinham saído na caminhonete S10 de “Birigui” para comprar mais cerveja e deixado o ex-cunhado na estrada, para visitar uma namorada.
Segundo a versão da mulher, como Clelson não voltou para pegar a moto, ela o procurou em bares próximos, mas ninguém sabia do seu paradeiro. Ela alega desconhecer que os irmãos tivessem matado seu ex-marido. Os dois foram casados por 15 anos.
Barra de ferro – Já Agnaldo afirma que Clelson havia saído a pé de casa após a briga com a ex-mulher. Quando saiu com “Birigui” para comprar mais bebida, teriam encontrado Clelson na estrada. Agnaldo alegou que o ex-cunhado entrou na frente da caminhonete e teria novamente o ameaçado de morte. Os dois entraram em luta corporal e Clelson teria ficado desmaiado.
Agnaldo disse ter afirmado a “Birigui” que “iria até o fim”, ou seja, iria matar Clelson. “Ele me ameaçou, matou um cara, não vou esperar ele vir atrás de mim”, teria dito ao irmão. “Guina” inocentou “Birigui” e disse que o irmão ficou o tempo todo na caminhonete.
Após dirigirem por alguns quilômetros, Agnaldo disse que pararam a caminhonete na região conhecida como “Pé de Galinha”, onde tirou Clelson da caminhonete e com uma barra de ferro o golpeou na cabeça.
Quando viu que o ex-cunhado estava morto, arrastou o corpo até o mato, perto do Travessão da Figueira. Depois, voltaram para casa. Agnaldo afirmou que temia ser morto por Clelson, pois o ex-cunhado havia arrancado a cabeça de um homem com facão.
Em agosto de 2013, quando tinha 21 anos de idade, Clelson Verón matou outro indígena, de 19 anos, com golpes de faca no pescoço. Ele se apresentou à polícia dias depois e alegou legítima defesa. A vítima e o outro jovem teriam tentado assaltá-lo. Clelson respondeu ao crime em liberdade. No sistema de consulta processual do site do Tribunal de Justiça de MS não existe nenhuma ação penal do caso com acesso ao público.
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