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Interior

Presos em operação na fronteira eram candidatos a substituir “Bonitão”

Polícia paraguaia considera os três sul-mato-grossenses, entre eles um advogado de Dourados, membros ativos do PCC

Helio de Freitas, de Dourados | 11/02/2021 16:07
Luiz Guilherme (à frente) e Djonathan são acompanhados por agente da PF no momento em que eram expulsos do Paraguai (Foto: Divulgação/Senad)
Luiz Guilherme (à frente) e Djonathan são acompanhados por agente da PF no momento em que eram expulsos do Paraguai (Foto: Divulgação/Senad)

Os três sul-mato-grossenses presos hoje (11) pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) na Operação Fronteira Segura eram candidatos a substituir Giovanni Barbosa da Silva, o “Bonitão”, no comando do PCC (Primeiro Comando da Capital) na linha internacional.

Localizados em casas mantidas pela facção no lado paraguaio da fronteira, o advogado douradense Pedro Martins Aquino, 35, Luiz Guilherme Dutra Toppam, 25, o “Coxinha”, e Djonathan Augustinho Fuliotto Rodrigues Pimentel, 34, foram expulsos no início da tarde de hoje e entregues à Polícia Federal brasileira.

Citado pela primeira vez pelo Campo Grande News em reportagem do dia 30 de novembro do ano passado como o novo chefe da facção criminosa na fronteira, Giovanni foi preso na noite de 9 de janeiro deste ano em Pedro Juan Caballero.

Depois de tentativa fracassada de resgate por parte de soldados da quadrilha enquanto estava em uma das sedes da Polícia Nacional na cidade, Giovanni foi expulso do Paraguai no dia seguinte à prisão e atualmente está no presídio federal de Catanduvas (PR).

Com a prisão de Giovanni, conhecido como “Coringa” em São Paulo, onde morava antes de se instalar na fronteira, o PCC ficou sem representante direto na linha entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul.

Segundo o jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, o substituto seria um dos três presos hoje, todos citados como “membros ativos” da facção criminosa.

Luiz Guilherme tinha sido alvo da Polícia Federal na Operação Exílio, em junho do ano passado, que também mirou Giovanni Barbosa da Silva. Já Djonathan Pimentel, preso em 2018 com 10,7 toneladas de maconha em Nova Andradina, seria secretário direto de “Bonitão”.

Encontrado dormindo na casa de alto padrão onde Luiz Guilherme foi preso, Pedro Martins Aquino era advogado do bandido e atuou na defesa dele no âmbito da Operação Exílio.

Na Justiça de Mato Grosso do Sul, Pedro foi investigado por adulteração de sinais identificadores de veículo após receber como pagamento de dívida um Hyundai HB20 roubado em Santa Catarina. O carro teria sido entregue por Marco Antonio Cordeiro, também denunciado no mesmo processo, em março de 2017.

Foi Pedro Aquino que procurou a polícia para informar que o carro era ilegal, mas isso não foi suficiente para impedir de ser denunciado como coautor do crime. A denúncia foi feita pelo promotor João Linhares Júnior no dia 4 de abril de 2019. A Polícia Federal em Mato Grosso do Sul ainda não se manifestou sobre a situação dos três presos brasileiros entregues pelas autoridades paraguaias.

O advogado Pedro Martins Aquino quando era levado para ser entregue à PF (Foto: Divulgação/Senad)
O advogado Pedro Martins Aquino quando era levado para ser entregue à PF (Foto: Divulgação/Senad)


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