Presos iniciam motim e avisam por WhatsApp: 'vai ter greve de fome'
Com 2.430 internos, presídio de Dourados é o mais superlotado de Mato Grosso do Sul; sindicato de agentes diz que presos não vão sair das celas para trabalhar e prometem recusar alimentação
Internos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) prometem iniciar ainda nesta terça-feira (3) uma greve de fome em represália à paralisação dos agentes penitenciários, que desde semana passada cumprem apenas atividades essenciais. Por causa do movimento dos servidores, várias regalias internas estão suspensas, entre as quais as visitas, que deveriam ocorrer domingo (1º).
André Luiz Garcia Santiago, presidente do Sinsap (Sindicato dos Agentes Penitenciários), informou que além da greve de fome, os detentos prometem permanecer nas celas e se recusar a sair para trabalhar. Parte da população carcerária faz serviços internos no próprio presídio.
“Eles também se sentem prejudicados com a greve, principalmente por causa da suspensão das visitas”, afirmou Santiago. Ele afirmou que a paralisação dos agentes continua.
Nesta terça-feira o sindicato apresentou uma contraproposta ao governo de Mato Grosso do Sul. Entre as reivindicações, a categoria pede garantias de mais segurança para o desempenho das funções nos presídios.
A direção da penitenciária de Dourados informou que apesar da ameaça de motim a situação é de tranquilidade no local.
Demonstrando que o uso de telefone celular e até redes sociais ocorre livre dentro do presídio, detentos fizeram fotos com os rostos cobertos com camisetas e mandaram por WhatsApp para familiares e repórteres que cobrem a área policial em Dourados.