Professora da UFGD é afastada após denúncia de importunação a alunas
Medida tem caráter preventivo, conforme ata da instituição

UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) afastou, por tempo indeterminado, professora de Medicina acusada de importunação sexual contra alunas durante aplicação de prova na casa dela, em Dourados, município situado a 251 quilômetros de Campo Grande.
Conforme apurado, o afastamento imediato foi determinado por portaria, publicada nesta quarta-feira (11), como Boletim Oficial de Atos Administrativos da universidade.
A medida tem caráter preventivo e natureza acautelatória, ou seja, não é punitiva neste momento. Segundo apurou o Campo Grande News, o objetivo é proteger os envolvidos enquanto o caso é apurado. A universidade instaurou processo administrativo disciplinar para continuidade da investigação e já acompanha o trabalho da Polícia Civil.
Ainda conforme apuração da reportagem, o acolhimento das alunas foi feito ontem pela manhã, assim que as vítimas foram identificadas. Até então, os nomes estavam sob sigilo. A universidade adotou as medidas previstas para casos do tipo, incluindo apoio às estudantes.
A UFGD foi procurada e informou que irá divulgar nota oficial sobre o caso com mais detalhes.
Entenda o caso - Conforme o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), os atos ocorreram nesta segunda (9), na casa da professora, que é psiquiatra, localizada no Portal de Dourados, bairro de alto padrão da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
As acadêmicas do 2º semestre do curso, de 19, 20, 21 e 25 anos, afirmam que foram até a residência da professora para fazer uma prova e, quando chegaram, foram recebidas por homem idoso, usando apenas cueca. Depois, foram agarradas e beijadas à força pelo filho da psiquiatra, homem adulto com idade entre 25 e 30 anos.
Segundo a ocorrência policial, os atos aconteceram na presença da professora, que não o impediu. Para se desvencilhar do homem, uma das acadêmicas disse que tinha namorado. A todo o momento, conforme a denúncia, o individuo dizia: “quanta mulher bonita, quero tirar foto com elas”.
Diante da cena, a professora teria falando para outra pessoa da casa: “tira esse merda daqui”, novamente pedindo desculpas às alunas, dizendo que se tratava de seu filho, que tem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Mesmo abaladas, as estudantes fizeram a prova, corrigida em seguida pela professora.
A psiquiatra teria dito: “quem não gostou da nota, pode voltar aqui em casa, estude e volte”. As acadêmicas disseram ter conhecimento que tal professora já havia sido proibida de aplicar avaliações em sua residência, mas não a questionaram, pois, além dela ser autoritária, precisavam de nota.
Receba as principais notícias do Estado pelo celular. Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, TikTok e WhatsApp.