ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 30º

Interior

Quase seis anos depois, Justiça condena sete por crime de corrupção

Sete envolvidos no esquema de corrupção que derrubou políticos sul-mato-grossenses em 2010 foram condenados pelo juiz da 1ª Vara Criminal, entre eles empresários poderosos de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 14/06/2016 12:12
Suplente de senador Celso dal Lago está entre os primeiros condenados da Uragano (Foto: Diário MS)
Suplente de senador Celso dal Lago está entre os primeiros condenados da Uragano (Foto: Diário MS)

O juiz Rubens Witzel Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, município a 233 km de Campo Grande, assinou as primeiras sentenças dos réus da Operação Uragano, que em 2010 levou dezenas de políticos, empresários e servidores públicos para a cadeia, implicou deputados no maior escândalo de corrupção da história de Mato Grosso do Sul e derrubou o comando político da segunda maior cidade do Estado.

Em decisão publicada nesta terça-feira (14) no sistema de processos do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o magistrado condenou sete pessoas por crime de corrupção, mas absolveu os denunciados do crime de organização criminosa. A Operação Uragano acabou com o mandato do então prefeito Ari Artuzi (morto em 2013) e com dez dos 12 vereadores da época.

Foram condenados nessa primeira etapa de sentenças os empresários Nerone Maiolino Júnior, Celso dal Lago Rodrigues, que também é suplente de senador, Edson Freitas da Silva, Eduardo Takachi Uemura e Marcelo Marques Caldeira, o advogado Áureo Garcia Ribeiro Filho e o ex-assessor parlamentar Rodrigo Ribas Terra.

Nerone Maiolino Júnior foi condenado a cinco anos de reclusão e 66 dias-multa por infringir por dezessete vezes o artigo 333 combinado com o artigo 71, ambos do Código Penal – corrupção ativa. O início do cumprimento da pena será pelo regime semiaberto.

Celso Dal Lago, suplente da senadora Simone Tebet (PMDB), foi condenado a quatro anos e oito meses de reclusão e 61 dias-multa por cometer, por duas vezes, o crime de corrupção ativa. O início do cumprimento das penas será pelo regime aberto, substituindo-a por 1.700 horas prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária equivalente a 120 salários mínimos em favor do Samu (Serviço Médico de Urgência De Dourados).

O empreiteiro Edson Freitas da Silva foi condenado a três anos e seis meses de reclusão e sanção pecuniária de 46 dias-multa, também por corrupção ativa. O início do cumprimento da pena será em regime aberto, ficando a pena privativa de liberdade substituída por 1.275 horas prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária equivalente a 65 salários mínimos em favor da Fraternidade de Aliança Toca de Assis.

Uemura – Herdeiro de um dos maiores impérios econômicos de Mato Grosso do Sul, que inclui rede de funerária, plano de assistência fúnebre e de assistência médica e concessionárias de veículos, Eduardo Takachi Uemura foi condenado a três anos de reclusão por corrupção ativa e sanção pecuniária de 40 dias-multa.

A pena privativa de liberdade de Eduardo Uemura foi substituída por 1.095 horas prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária equivalente a 100 salários mínimos em favor da entidade beneficente Asilo da Velhice Desamparada de Dourados.

O advogado Áureo Garcia Ribeiro Filho foi condenado a três anos de reclusão e sanção pecuniária de 40 dias-multa, também por corrupção ativa. A pena privativa de liberdade foi substituída por 1.095 horas prestação de serviços à comunidade, cujas tarefas serão que estabelecidas em fase executória, e prestação pecuniária equivalente a 65 salários mínimos em favor da Casa da Esperança de Dourados.

O também empresário Marcelo Marques Caldeira pegou três anos de reclusão e sanção pecuniária de 40 dias-multa e também teve a pena privativa de liberdade substituída por 1.095 horas prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária equivalente a 65 salários mínimos para a Creche Lar André Luiz.

Maior pena – Rodrigo Ribas Terra, que na época da Operação Uragano era assessor parlamentar do então vereador Humberto Teixeira Junior, pegou a maior condenação. Ele foi sentenciado a oito anos e 20 dias de reclusão e sanção pecuniária de 63 dias-multa por nove atos de corrupção.

Rodrigo Terra, conhecido como “Tapado”, foi o único condenado a iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Na sentença, o juiz afirmou que em relação a ele “descabe a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos”, por Terra não preencher as condições previstas no Código Penal.

“Transitada em julgado, lancem-se os nomes dos réus no rol dos culpados, expedindo-se cartas de guia, e dando-se baixa na distribuição”, sentenciou o juiz Rubens Witzel Filho.

Nos siga no Google Notícias