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Interior

Seis soldados do Exército são resgatados por pescadores amadores após naufrágio

Turistas de Campo Grande pescavam na área da Baía Gaíva quando avistaram militares naufragados e um deles com hipotermia

Lucia Morel | 06/09/2020 13:35
Pescadores se preparando para sair para pesca na última quinta-feira, próximos à Baía Gaíva. (Foto: Marco Aurélio de Oliveira Rocha)
Pescadores se preparando para sair para pesca na última quinta-feira, próximos à Baía Gaíva. (Foto: Marco Aurélio de Oliveira Rocha)

Seis militares do Exército foram resgatados por grupo de pescadores amadores na Baía Gaíva, no Pantanal, em Corumbá. Os militares, segundo relato de quem ajudou a resgatá-los, passaram pelo menos quatro horas à deriva, e um deles apresentava sinais de hipotermia.

O advogado Marco Aurélio de Oliveira Rocha, tesoureiro da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil), pescava com o colega de ordem, Roberto Cunha, conselheiro, quando por volta do meio-dia se depararam com apetrechos boiando no rio.

O primeiro objeto encontrado foi um tanque de combustível de 51 litros, e depois, mochilas, chapéus e outros itens quando avistaram algumas pessoas naufragadas. Marco Aurélio lembra que ventava muito, o que deixou as água da baía revoltas, com muitas ondas.

Alguns dos objetos recolhidos da água pelos pescadores. (Foto: Pescadores)
Alguns dos objetos recolhidos da água pelos pescadores. (Foto: Pescadores)

Para ele, certamente que foi isso o que fez o barco onde estavam os militares, naufragar na quinta-feira (3). “Primeiro avistamos um tambor de combustível branco e carreguei no nosso barco. E então saímos pegando mais coisas que estavam boiando, como mochilas, chapéu. Fiz uma oração e logo avistamos três militares boiando de colete salva-vidas”.

Marco Aurélio disse que um dos soldados, justamente o “mais magrinho” já estava bastante debilitado, com redução dos movimentos e hipotermia. “Os outros dois, como se movimentavam normalmente, foi mais fácil resgatar. Já o outro, como estava mais paralisado, estava mais pesado”, contou.

Fazendo questão de dar crédito a todos que ajudaram no resgate, o advogado lembra do piloto do barco em que estava, Kiris, que era o guia de pesca e também dos que estavam em embarcação logo atrás: o outro guia de pesca Adenílson e ainda o coronel bombeiro Augusto Ayres e o médico Paulo de Tarso Delfini.

Para facilitar o resgate, todos as tralhas encontradas, bem como o coronel e o médico se deslocaram para o barco onde estavam os advogados, dando espaço para os três militares.

Em seguida, descobriu-se que havia mais três soldados à deriva, sendo que os três resgatados e Kiris foram em busca deles, enquanto o grupo de pescadores amadores voltou para o Barco Hotel, além de outro barco, que estava atracado, e acabou sendo usado nas buscas.

“Cerca de duas horas depois, os piloteiros voltaram e contaram que localizaram os outros, deixando todos no quartel, que fica ali perto, sem nenhum ferimento”, comemorou Marco Aurélio, rememorando que os primeiros resgatados, de pronto, já haviam dado algumas direções de onde os colegas poderiam ser encontrados.

Eles teriam contado que um havia se dirigido pra margem na tentativa de dar tiros e pedir ajuda. Também contaram que naufragaram por volta das 8 horas, quando estavam se deslocando para a base da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira do Exército, no Porto Índio. Foi justamente a ventania que fez o barco onde estavam virar.

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