Sem reajuste há três anos, empresa de ônibus quer tarifa de R$ 2,94
Sem reajuste desde 2011, a empresa que explora o transporte coletivo quer aumento da tarifa de ônibus urbano em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A passagem custa R$ 2,50 na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, mas a concessionária aponta defasagem de 36% devido à inflação, aumento do diesel e do salário dos funcionários. Por enquanto a prefeitura não se pronunciou sobre o caso.
A reivindicação da empresa é que a prefeitura autorize a tarifa de R$ 2,94, apontada em levantamento feito no ano passado. O valor poderia ser de R$ 2,80, caso o município conceda a isenção de ISS (Imposto Sobre Serviços).
Marcelo Sacol, diretor da Medianeira em Dourados, informou ao Campo Grande News que além da defasagem do valor da passagem, a empresa sofre com o alto índice de gratuidade. Segundo ele, dos 30 mil passageiros transportados diariamente na cidade, pelo menos 41% não pagam a tarifa.
“A lista de quem não paga tarifa de ônibus em Dourados é grande. Inclui os idosos acima de 60 anos, os estudantes do ensino fundamental e as pessoas com deficiência. Estudantes do ensino médio e universitários pagam metade do valor. Na realidade existe um subsidio tarifário bancado pelo concessionário”, afirmou o empresário.
Segundo Marcelo Sacol, o reajuste deveria ter sido autorizado em 2013, mas foi adiado após os protestos nacionais, iniciados em São Paulo justamente por causa do aumento da tarifa de ônibus e que chegaram a Dourados. Um grupo de universitários passou 43 dias acampado na Câmara de Vereadores.
“De lá para cá estamos esperando. Com o último aumento do combustível da semana retrasada solicitamos que pelo menos repasse o valor levantado em 2013, já aprovado pelo Conselho Municipal de Transporte”, declarou o diretor da Medianeira.
Com contrato renovado até abril de 2015, a Medianeira afirma que precisa recorrer a financiamentos bancários para conseguir fazer a manutenção da frota e pagar os funcionários. “Temos um custo para mantermos o sistema exigido pela prefeitura. Com uma tarifa defasada a conta não fecha. Aí recorremos a fontes externas”.
No ano passado a prefeitura começou a discutir um novo sistema de transporte coletivo para a cidade, mas que ainda não começou a ser implantado.