"Viemos pegar o que é nosso": casa foi esburacada em busca de grana do tráfico
Vítimas souberam que casa já pertenceu a um traficante que teria escondido grande quantidade em dinheiro
“Nós não viemos roubar nada, só viemos pegar o que é nosso”. Foi assim que pelo menos três homens, um deles armado, invadiram casa em Ponta Porã e renderam família, enquanto destruíram o piso da área gourmet do imóvel.
Dois deles foram presos em flagrante, ontem de manhã, e hoje vão passar por audiência de custódia. A Polícia Civil ainda está em busca dos outros comparsas, ainda em número indefinido, podendo ser um ou dois integrantes.
O flagrante aconteceu por volta das 6h de domingo, em uma casa no bairro Parque Ipê I, em Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande. Hoje, os dois homens devem passar por audiência de custódia.
A estudante de 19 anos, uma das vítimas, contou que ouviu os latidos do cachorro e olhou pela janela, vendo o portão da casa caído no chão. Em seguida, 3 ou 4 homens invadiram o local. A jovem disse que estava muito nervosa e, por isso, não soube precisar quantos eram.
Um dos bandidos, o mais baixinho, estava armado e disse: “nós não viemos roubar nada, só viemos pegar o que é nosso”. Em seguida ela, a mãe (cabeleireira de 48 anos), e o padrasto, 64 anos, foram obrigados a entrar no banheiro da casa e foram trancados no cômodo.
Os bandidos pegaram os celulares do casal e um deles disse que se alguém ainda tivesse algum aparelho com ela e escondesse, “estava f*****”.
Enquanto isso, munidos de martelos e picaretas, os homens começaram a quebrar a área gourmet da casa.
No boletim de ocorrência, consta que a PM (Polícia Militar) foi acionada, mas não há informação de quem teria feito a denúncia. Quando os militares chegaram, viram o portão arrombado e escorado.
Os militares tocaram campainha e viram homens fugido pelos fundos. Dois deles foram alcançados e presos: Gustavo Atanazio, de 27 anos, e Luís Fernando Aquino Duarte, de 24 anos.
A polícia recolheu vários equipamentos usado em obras e recuperou os celulares das vítimas.
As vítimas disseram à polícia que souberam por populares que a casa era de traficante que havia enterrado grande quantidade de dinheiro, mas não sabiam se a história era verdadeira. O casal é natural do Paraguai, mora em Ponta Porã e prestou depoimento, falando o mesmo que a estudante.
À polícia, tanto Gustavo quanto Luís Fernando prestaram depoimentos semelhantes. Disseram que trabalham juntos em uma borracharia e moram em Pedro Juan Caballero.
Luís Fernando disse que estava em uma festa com o amigo quando outro homem, a quem conhece como “Paraguaio” chegou com “Gordinho”.
“Paraguaio” convidou os amigos a buscar “uma coisa” que seria dele, mas que não quiseram entregar e pagaria R$ 1 mil pela ajuda de Luís. O rapaz não soube dar mais detalhes sobre os homens. Gustavo também disse que foi chamado para resgatar algo e que não foi entregue pois “não tinha bom senso de outra parte”.
Os dois homens presos disseram que não estavam armados e que tudo estava pronto para o serviço quando chegaram. Deles, Gustavo tem passagem por tráfico de drogas e outras ocorrências de quando era menor de idade. O outro não tinha registro policial.